Marca registrada em Brasília, o respeito à faixa de pedestre é motivo de orgulho entre a população. E, nesta segunda-feira (1°/4), o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar promoveram uma ação educativa em comemoração ao 27º aniversário da sinalização. As atividades, que incluem a entrega de materiais com orientações sobre os procedimentos de segurança no trânsito, ocorreram na 307 sul, e na Universidade de Brasília (UnB), em frente ao restaurante universitário.
Próxima à Igreja Nossa Senhora de Fátima, Solange Madeira, 65 anos, ex-prefeita da 308 sul, comentava com os policiais militares presentes na ação a importância da atividade. Ao Correio, ela destacou que a finalidade educativa deveria ser constante. "São 27 anos de faixa, as pessoas já deveriam ter se conscientizado. Essas ações servem para lembrar a oportunidade que nós, moradores de Brasília, temos ao prezar pelo respeito no trânsito", disse.
"Ao mesmo tempo, percebo que em muitos lugares, essa sinalização está apagada. Portanto, é preciso haver manutenção. De toda forma, tenho muito orgulho da cidade por, quase sempre, haver esse respeito aos pedestres", completou. Quando Solange foi atravessar na faixa, um motorista que dirigia apressadamente não parou, mesmo com a aposentada dando sinal de que iria atravessar.
A tenente-coronel Kelly Cezário, que coordenou a ação na Asa Sul, explicou que a escolha do local se deu em recordação às atividades que o batalhão da polícia desempenhava na quadra em 1997, visando promover a conscientização sobre a faixa de pedestre, recém-inaugurada. "O incentivo para respeitar a sinalização foi um trabalho árduo de vários órgãos. Quando começamos essas ações, há 27 anos, o objetivo era que, mesmo na ausência dos agentes, as pessoas ainda incorporassem esse hábito, já que a grande finalidade das faixas é preservar vidas", contou.
Unanimidade
A escolha da UnB para realizar a ação educativa não foi por acaso. O diretor-geral do Detran, Takane Kiyotsuko, frisou que o local é conhecido por ter, todos os dias, grande quantidade de transeuntes, acrescentando que recentemente as faixas do lugar passaram por manutenção e foram pintadas. "A faixa de pedestre funciona muito bem em Brasília, justamente por conta dessas ações educativas, que focam na obediência à sinalização", avaliou.
Paula Nunan, diretora de educação de trânsito do Detran, reforçou que os estudantes da universidade gostam de participar e interagir com as ações da autarquia. "Como a UnB recebe alunos e professores de diferentes regiões do DF e de várias faixas etárias, acreditamos que a propagação dessas orientações seja maior e efetiva. Da manhã até o fim da tarde, o restaurante universitário recebe cerca de 5 mil pessoas", explicou.
A estudante de engenharia civil Izabella Gonçalves, 18, foi uma das pessoas que parou em frente à tenda do Detran para receber orientações sobre a faixa de pedestre. Para ela, o respeito à sinalização é uma questão de segurança para todos. "Admiro os moradores de Brasília por sempre respeitarem essa norma. Onde moro, em Planaltina (de Goiás), não existe essa cultura", contou, enquanto segurava um folder e uma camiseta com a frase "a paz no trânsito começa com você" entregues na tenda. "Nesta ação aprendi que fazer o sinal com a mão, mostrando que deseja atravessar a rua, é fundamental, papel do pedestre", completou.
O motorista por aplicativo Valdemar Rodrigues, 43, é morador do Novo Gama, entorno do DF, e também contou que na região o respeito à faixa não existe. "Lá, o pessoal que quer atravessar a rua tem que esperar uma oportunidade para correr na faixa. É muito perigoso. Brasília é unanimidade".
Menos mortes
Ao Correio, o Detran informou que, nas vias urbanas do DF, há 4.471 faixas de pedestres, das quais cerca de 1,5 mil foram revitalizadas neste ano. Até o último dia 20, foram registradas 2.059 autuações e nenhuma morte nas faixas. Além disso, em 2023 houve queda de 66% no número de óbitos de pedestres na faixa, em relação a 2022.
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