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Venda de peixes no DF deve aumentar 50% até a Páscoa

Comerciantes estão otimistas com as vendas de pescado. Setor projeta crescimento, que atribui à estabilidade dos preços

A tradição cristã de se comer peixe durante a Quaresma está sendo mantida no DF, para alegria do setor comercial, que projeta alta nas vendas dessa carne. Bacalhau, filhote, pescada amarela, robalo, salmão, sardinha e tilápia, segundo vendedores dessas mercadorias, são os mais presentes nas mesas de brasilienses que cumprem a rigor ter pescado como única carne nas refeições durante o período religioso, que vai de 14 de fevereiro a 28 de março. E mesmo que muitas pessoas, menos afeitas ao costume, venham a fazer esse consumo somente no Domingo de Ramos (24/3) e outras tantas, também, nos demais seis dias da Semana Santa, que se inicia nessa data, as peixarias locais acreditam que terão faturamento satisfatório.

A expectativa das vendas de pescado, segundo disse ao Correio o presidente do Sindicato dos Atacadistas do Distrito Federal (Sindiatacadista -DF), Álvaro Silveira Júnior, é de um crescimento de 50%, na Quaresma, em relação aos primeiros 45 dias de 2024. A entidade calcula que, em comparação ao mesmo período do ano passado, o aumento será de 10%. Essa melhora é atribuída, entre outros fatores, ao valor de venda do produto, que se manterá estável, de acordo com o dirigente. O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF) informou que ainda não fez estudo de preços relacionado à mercadoria. Tampouco o Sindiatacadista.

"Fatores como inflação (mais controlada) e um mercado consumidor mais estável, este ano, devem contribuir para a melhora das vendas (de pescado)", explicou Silveira Júnior. Ele acrescentou que, de maneira geral, o crescimento desse comércio é notável na Quaresma. "O que a gente percebe é um crescimento desse segmento ao longo dos anos. O brasiliense está buscando cada vez mais uma alimentação saudável. O bacalhau e o salmão, por exemplo, são alguns dos peixes que são mais consumidos ao longo de todo o ano", apontou o presidente do Sindiatacadista.

"Esperamos um aumento das vendas na nossa loja em torno de 70%", garantiu entusiasmado o peixeiro Bernardo Francisco da Silva, 41 anos, conhecedor do segmento, e desde 2020 trabalhando em um comércio da Asa Sul. "Esse período da quaresma para quem trabalha com pescados é um momento de grande oportunidade de vendas", assegurou ele, que, por haver trabalhado em outros estabelecimentos do ramo, acumulou experiência.

Segundo Silva, o brasiliense têm as suas preferências na hora da escolher o pescado. "Neste período (da Quaresma) aumenta praticamente a venda de todas as espécies de peixes, mas é perceptível uma maior procura pelo salmão, robalo, pescada amarela e não podemos nos esquecer da tilápia. Ela é tradição, muito procurada", informou. No estabelecimento em que o peixeiro trabalha, o valor do kilo varia de R$ 20 (filhote) a R$ 150 (badejo).

Tradição

Acostumada a somente consumir como carne a de peixe nas refeições em todos os 40 dias da Quaresma, a diarista Márcia da Silva, 40, contou que faz isso há duas décadas e se diz satisfeita.

"Eu adotei o consumo de peixes nesse período pelos ensinamentos da igreja católica", explicou a fiel. Seguindo sua crença religiosa, que orienta o consumo dessa carne branca, específicamente para a celebração, ela lembrou que o peixe é um dos símbolos do cristianismo no catolicismo, e quanto a se evitar a carne vermelha, recorda que essa cor: "simboliza o sangue derramado por Jesus na cruz".

Sobre os pescados que mais lhe apetecem, revelou: "Compro filhote, um peixe que não tem espinha. Também faço tilápia assada ou frita, de todos os jeitos fica muito saborosa. E, em refeições, a sardinha, por ter um preço mais em conta".

Por outro lado, a servidora federal aposentada Ilda Regina, 59, disse que pescado é um prato que consome com muita frequência, independentemente de qualquer preceito relacionado à fé religiosa. A explicação é ter uma alimentação saudável. "Eu sei que nesse período (da Quaresma) aumenta muito o consumo de peixes, mas eu não espero isso acontecer. Compro peixes toda semana. Quero levar uma vida mais saudável", ensinou.

* estagiário sob supervisão de Manuel Martínez

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