PROJETO

Capoterapia: atividade melhora a saúde e estimula socialização em Santa Maria

Técnica criada em 1998 estimula o movimento e a socialização com atividades físicas

A capoterapia é um projeto gratuito que surgiu em 1998 com atividades tiradas da capoeira para pessoas sedentárias de todas as idades. Um dos locais da atividade — ofertada todas as terças e quintas-feiras, às 8h — é a Unidade Básica de Saúde 2 (UBS 2) de Santa Maria. O grupo chega a reunir mais de 200 alunos. 

A Capoterapia não utiliza golpes da luta, e sim danças e dinâmicas. A técnica foi criada pelo Mestre Gilvan de Andrade, adotando o projeto pelos Centros de Saúde do Distrito Federal que se espalhou pelo Brasil. Em entrevista ao Correio, o idealizador relata sobre a sensação do trabalho que vem salvando tantas vidas.

“Isso é o que impulsiona a gente a continuar nossa jornada. Conseguimos ver quantos idosos mudaram a vida, deixando de tomar remédios controlados e, muitas vezes, caros. Além de alguns casos de pessoas com problemas de depressão (que melhoraram). Então, a capoterapia tem sido uma ferramenta poderosa, esperamos mudar comportamentos de novas pessoas para que eles venham aprender essa modalidade e que possamos popularizar da melhor forma possível. Meu sonho é ter a capoterapia em toda rua, ter uma plaquinha indicando o projeto de qualidade de vida”, explica.

Maria Eduarda Maia/CB/D.A Press - Idosos participando de danças e dinâmicas da capoterapia nesta terça-feira (12/3) na UBS 2 de Santa Maria

Maria Terezinha, de 72 anos, é a responsável pelas aulas na UBS 2 de Santa Maria. Ao Correio, a capoterapeuta contou como entrou no projeto. “Eu cheguei a entrar na academia, mas não gostei! Andando pela rua, eu encontrei uma placa sobre a capoterapia e mesmo sem saber o que era, fui dar uma olhada. Ao entrar na sala, estava o mestre Gilvan, o criador do projeto, dando aula. Gostei e fiz minha inscrição. O meu objetivo era fazer alguma coisa depois de me aposentar, porque eu tinha fibromialgia e tomava remédio caro. Após três meses na capoterapia, o meu médico tirou toda a medicação e eu melhorei de todas as dores. Depois disso, fiz o curso e comecei a dar aula”, aponta.

A professora aponta as melhorias que vê nos idosos que participam do projeto. “A qualidade de vida deles melhorou muito, elas se sentem melhores, alegres e muito felizes”, diz Terezinha.

Alegria e encontro com os amigos

Ivaneide Lino, de 52 anos, participa das aulas há quase dois anos e diz que vê a diferença na qualidade de vida. “A capoterapia para mim é alegria, é o encontro com os amigos, é saúde. Eu tenho fibromialgia e depois que eu entrei aqui tive uma melhora de 60%”, explica.

Maiza Dabadia, de 61 anos, conta que é o momento que ela tira para se divertir e se encontrar com as amigas. “É um lugar muito divertido para mim, eu gosto muito das amizades, do entretenimento e de saber que estou cuidando da minha saúde. Eu durmo e acordo feliz nos dias de aula, ajuda em tudo, no emocional e no físico”, conta.

Para a Francisca Costa, de 60 anos, que também está há quase dois anos no projeto, ela diz que é um dia muito feliz quando tem aula e que sempre ajudou na prática de fazer exercícios. “A capoterapia é um lugar que eu gosto muito, consigo ver minhas amigas e bater muito papo. Além disso, ela me ajuda muito no alongamento, vi melhora no meu físico e na minha autoestima”, completa.

Formada em fisioterapia, Sheila Ramos auxilia Terezinha com os idosos na UBS 2, iniciando as aulas com alongamento e exercícios que ajudam na flexibilidade dos alunos. “A capoterapia estimula o movimento e a socialização, o grupo daqui é bem grande, então temos pessoas que chegaram aqui com quadros depressivos, história de luto e esse contato com os colegas faz milagres nos dias deles. Também participamos desse projeto trazendo alguns objetos, como por exemplo, bambolês e pesos para montar circuitos. Além disso, contamos com nutricionista que fala sobre alimentação saudável. Trabalhamos muitas coisas aqui, visando a saúde e a socialização de todos nós, porque faz bem para todos nós. Essa alegria é contagiante”, conclui.

Maria Eduarda Maia/CB/D.A Press -
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Para mais informações, acesse aqui a página oficial do projeto. 

*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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