O porquê de as mulheres serem mais penalizadas que os homens em algumas situações pela sociedade e a invisibilidade feminina foram pontos tratados por Herta Rani Teles, procuradora da Fazenda Nacional, durante o programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta segunda-feira (11/3). Ela foi entrevista pelas jornalistas Ana Maria Campos e Adriana Bernardes.
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A procuradora disse haver participado de diversos debates e discussões a respeito das dificuldades que as mulheres encaram no dia a dia e como elas são desfavorecidas. Comentou que isso tem motivado ações para mudar esse quadro. Nesse sentido, citou que o Legislativo federal tem tomado algumas decisões. “O Congresso Nacional ficou ciente de que era preciso ter um olhar mais atencioso para compreender o que acontece de diferente (em relação às mulheres). Tivemos várias ideias e propostas na tentativa de amenizar esses problemas na legislação. Às vezes as dificuldades estão nas entrelinhas”, comentou.
Na entrevista, Herta Rani lamentou também que somente os homens sejam protagonistas nos livros escolares. “Encontramos histórias (de personagens femininas) que não foram trazidas pelos livros e que seriam tão significantes quanto as masculinas. A festa do Chá de Boston é um exemplo, há uma versão feminina: mulheres se recusaram a comprar alguns produtos por conta dos impostos”, exemplificou.
Ela destacou a importância de haver mais mulheres nos espaços de poder. Na opinião dela, essa representatividade é necessária porque somente uma mulher consegue compreender algumas necessidades femininas. “Um exemplo é o absorvente. Não que o homem não saiba dessa questão, mas eles podem não ter noção da relevância. Muitas vezes as meninas deixam de ir à aula por conta disso. Ficam em casa alguns dias com vergonha e sem dinheiro para comprá-lo”, declarou.
Veja a entrevista na íntegra
*Estagiário sob a supervisão de Manuel Martínez