A Secretaria de Saúde (SES), por meio do Núcleo de Farmácia Viva, realizou um mutirão para capacitar cerca de vinte profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) a produzirem e disseminarem o repelente caseiro feito à base de capim citronela, aliado no combate à dengue.
Na capacitação, o capim utilizado foi recolhido pelos profissionais da Farmácia Viva na Fazenda da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), no Complexo da Papuda. Lá, os reeducandos do sistema são responsáveis por plantar e cuidar para que o capim fique fresco. Essa é a primeira vez que o mutirão ocorre com apoio da plantação mantida pela Funap. Com o capim recolhido na fazenda, será possível produzir aproximadamente 100 litros do repelente caseiro durante o mutirão.
O trabalho entre os reeducandos é essencial para inseri-los no mercado de trabalho, de acordo com o gerente da Fazenda da Funap, Nilton Alves dos Santos. “Essas ações ajudam na ressocialização. Além de eles se capacitarem, se apegam à prática e passam a encontrar uma área de atuação com maior preferência”, ressaltou.
Após a colheita na Fazenda da Funap, iniciou-se a capacitação, no Núcleo de Farmácia Viva, no Riacho Fundo. Os participantes aprenderam o passo a passo de como preparar a receita caseira para repelir o mosquito. A expectativa é que o aprendizado seja repassado para a população.
Segundo o farmacêutico chefe do Núcleo de Farmácia Viva, Nilton Netto, a parceria com a Funap no fornecimento de citronela é inédita. “Recentemente vim pegar umas plantas medicinais e vi como o capim de citronela estava bonito e em abundância. Logo marquei de vir aqui para a gente fazer nosso mutirão. Os colegas vão aprender e tirar dúvidas sobre a produção do extrato e, posteriormente, repassarão as informações a outras pessoas”, afirmou Nilton Netto.
Aprendizado na prática
Tatiana Borges, farmacêutica da UBS 1 de Águas Claras, já tem a prática de produzir o extrato no local de trabalho, porém, para aprimorar ainda mais os conhecimentos na receita, quis participar do mutirão. “Eu sempre tive afinidade com esse assunto e, nesse momento da dengue, a gente tem que pensar em outras alternativas para todos se protegerem”, compartilhou Tatiana.
Já Polyanna de Freitas Silva, também farmacêutica, da UBS 5 do Gama, nunca fez a receita e aproveitou a oportunidade para aprender, na prática, como fazer o repelente caseiro. “Tudo o que a gente puder trazer para a comunidade nesse momento é válido. A minha ideia é levar o conhecimento também para os servidores, com o intuito de ensiná-los a se cuidarem para que estejam bem para acolher os pacientes que precisam do nosso apoio”, avaliou Polyanna.
Modo de preparo
Para fazer o difusor caseiro, é preciso colher as folhas frescas, cortar em tamanhos de 2 cm e colocar o máximo que couber dentro de um pote escuro de boca larga. Caso não seja escuro, o recipiente pode ser encapado com papel alumínio. Depois, acrescente etanol a 96% ou 93,8º INPM (álcool usado especialmente para produção de extratos) até que cubra todas as folhas.
É preciso que a mistura fique fechada por sete dias, agitando o pote diariamente. Depois, filtre e coloque em vidro escuro, de 100 ml, rotulando com especificações e data de validade. O extrato pode ser usado por um ano.
Para difundir a mistura no ambiente, é preciso colocar três palitinhos de Pinus, de 20 cm, e aguardar 15 minutos para absorção, e depois virar o palitinho. É possível utilizar o produto também no momento da limpeza da residência, diluindo o extrato na água.
O melhor horário para usar o repelente caseiro é no final do dia, entre 17h e 18h, quando os mosquitos da dengue aparecem com mais frequência.
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