Pedro Anísio era um cineasta inquieto. O diretor e roteirista natural de Belém do Pará encontrou no Planalto Central terra fértil para explorar novas possibilidades e se aventurar na arte de fazer cinema experimental. O cineasta morreu na última segunda-feira, aos 69 anos — completados recentemente, no dia 13 de março —, na cidade de São Paulo, onde morava. Ele deixa a esposa, Denise Brandt, e três filhos.
Pedro Anísio construiu uma carreira importante na filmografia brasiliense. Os cenários dos seus filmes eram as passagens subterrâneas, os prédios públicos da cidade e as manifestações estudantis das quais participava durante os anos em que era universitário, na década de 1970. Participou em produções como Fig meu anjo, Taguatinga em pé de guerra e Conversa paralela, este último a primeira dele como diretor. Todas em sintonia com a postura e a estética anárquica estabelecidas pelo Cinema Marginal, em plena ditadura militar.
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O também cineasta e professor aposentado da UnB Vladimir Carvalho diz que o amigo tinha "uma grande sensibilidade para a arte cinematográfica e para filmar. Ele tinha muita vocação".
Sérgio Moriconi, crítico e professor de cinema, considera enorme a contribuição de Pedro Anísio, que liderou a Pedra Produções com os cineastas João Facó e Marcelo Coutinho. "Eles tinham uma proposta completamente anarquista e antissistema, em plena época de ditadura militar", observa Moriconi.
O velório de Pedro Anísio ocorrerá hoje, durante a tarde, no Cemitério Campo da Esperança (Asa Sul).
*Estagiário sob a supervisão de Manuel Martínez
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