Esta quarta-feira (27/3) é dia de festa em Ceilândia! A região administrativa, classificada como a mais populosa do Distrito Federal, completa 53 anos.
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Miscelânea cultural que transpassa a guitarra, a zabumba, o beatbox e o violão, a Cei é mãe daqueles que nasceram quando, por lá, tudo ainda era barro; filha daqueles que contribuíram colocando a mão na massa em sua construção; e irmã mais velha de quem chegou, ainda criança, e explorou cada canto dos bairros em busca de diversão.
Para celebrar o aniversário da cidade que fomenta a cultura e contribui diretamente para a economia da capital, o Correio conversou com artistas que mantêm uma forte ligação com a região.
X -
O rapper X, do grupo Câmbio Negro, nasceu em 1968 e começou a frequentar os salões de black music a partir de 1981, quando tinha 13 anos. Na opinião do rapper, mesmo tendo as oportunidades negadas ao longo dos anos, "Ceilândia cresce e vive". "Se Brasília é a capital do Brasil, Ceilândia é a capital do Distrito Federal", considera.
Ceilândia Muita Treta -
"O bagulho tá louco na quebrada." Ouvir essa frase remete ao grupo que, há mais de 10 anos, traz os problemas da região administrativa com uma pegada humorística nas redes sociais. O Ceilândia Muita Treta foi criado por Naldo Lopes, 37, que começou tudo em 2012. "Espero que a gente consiga um parque, a melhora nas vias e ciclovias, um teatro, um cinema, um shopping e muitos outros equipamentos públicos", deseja Naldo.
Morfo.Eu -
Apesar de jovem, o rapper Ezequiel Dias, 23, mais conhecido como Morfo.Eu no mundo das batalhas de rima, organiza a Batalha do Terminal — na estação Terminal de Ceilândia — há sete anos. "É um movimento que está enraizado na minha geração, dos anos 2000. É algo que se liga muito à história local por dar voz ao excluído, para que a gente tenha a capacidade de se expressar, mostrando a nossa região para todos", comenta.
Tati -
Tatiana Assem Haidar, 39, veio do Maranhão com 7 anos de idade. É produtora cultural do Baile Charme da Capital e do In The Hood, companhia de dança que dá aulas de dança e, por meio disso, realiza ações sociais em Ceilândia. "Não troco Ceilândia por nenhum outro lugar. Para se divertir, os ceilandenses não precisam ir para outras regiões; temos tudo aqui dentro, para todos os gostos, da galera do 'passinho' à do rock", descreve.
Marques -
Nascido no Ceará, Marques Célio Rodrigues, 62, chegou em 1995. É presidente da Associação dos Forrozeiros do Distrito Federal (Asforró-DF), mas a primeira ligação com a região onde mora foi outra. "Aqui, foi onde formei meus filhos. Minha esposa também tem seu negócio e projetos sociais, é uma ligação extraordinária, e a Asforró-DF só aumentou esse vínculo. O São João do Cerrado nasceu com a associação", declara.
Japão -
"Passamos muitos anos sendo taxados como um local violento. Meu trabalho no rap fez com que Ceilândia ganhasse visibilidade na questão periférica, abrindo os olhos de outras pessoas para mostrar que a região vai muito além da questão da violência". É assim que o rapper Marcos Vinicios, o Japão, 52, define sua ligação com a região. "Foi por meio do meu trabalho e dos conselhos da minha mãe que eu aprendi a valorizar a minha comunidade e as pessoas que fazem parte dela", acrescenta.
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