Saúde

Começa a vacinação contra o vírus da gripe influenza no DF

Grupos prioritários podem tomar o imunizante contra a doença em 125 postos, que receberam 100 mil doses

Alba e seu comprovante de vacinação: "Não vale a pena ficar doente" -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Alba e seu comprovante de vacinação: "Não vale a pena ficar doente" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

A campanha de vacinação contra o vírus da gripe influenza, dirigida a grupos prioritários, teve início nesta terça-feira (19/3) sendo recebida com animação e interesse. O Correio conversou com algumas pessoas autorizadas a receber o imunizante, que foram enfáticas na importância de contar com essa proteção. Elas sugeriram a todos os que puderem comparecer aos postos de saúde do DF para se proteger contra a doença.

A aposentada Alba Tabanez, 94 anos, contou que durante toda a vida manteve a caderneta de vacinação atualizada e que faz questão de defender a imunização. Ontem, após tomar a vacina contra a gripe, orgulhosa por continuar com o hábito e de ter seu documento em dia, falou da importância desse ato. "Eu não sabia que a imunização começaria hoje (ontem, terça-feira). Na segunda-feira], fui a três postos de saúde à procura (da vacina). Hoje, acordei decidida a tomá-la de qualquer jeito. Não vale a pena ficar doente", ensinou

O casal Dirce Antonialli, 82, e Antônio Arena, 83, mora perto da Unidade Básica de Saúde II da Asa Norte, onde foram juntos assim que souberam da vacinação. Eles ressaltaram a importância de receber a proteção. Relataram que, desde a primeira vez que levaram a agulhada, perceberam os benefícios. Para ambos, se vacinar é um ato de amor próprio. "Convidamos a todos os que fazem parte dos grupos prioritários a tomarem a vacina, principalmente os mais idosos", disseram.

Algumas pessoas reclamaram desconhecer que o início da campanha era ontem e que foram pegas de surpresa com a iniciativa. Várias delas souberam da informação durante as consultas de rotina às quais compareceram em centros de saúde públicos. Foi o caso de Cleonice Reis, 60, que acompanhava Raimundo Pinto, 86, em um deles. Ao saber da notícia, aproveitou a oportunidade para se imunizar e vaciná-lo também. Os dois afirmaram que se sentiram muito mais seguros, depois de tomarem a vacina, e aconselharam todos os que puderem fazer o mesmo.

A reportagem esteve em dois postos de Saúde. No primeiro, a Unidade Básica de Saúde (UBS ) 1, na Asa Sul, por volta do meio-dia, a fila tinha muita gente e andava devagar, sendo atendida por uma equipe reduzida devido ao horário do almoço. Os servidores explicaram que se tratava de uma situação pontual e que a maioria dos interessados na vacina optaram por esse local ao invés de outros pela capital, que estariam mais vazios. Segundo eles, tudo estaria normal a partir de um par de horas. No segundo, visitado por volta das 13h30, o atendimento se encontrava normal e rápido.

Campanha

No primeiro dia de imunização, gestantes, puérperas, indígenas, crianças com até 5 anos de idade e pessoas a partir dos 60, entre outros indivíduos que integram o público-alvo da ação, puderam tomar o imunizante contra o vírus da influenza. De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), foram distribuídas 100 mil doses do lote inicial para 125 locais de atendimento espalhados pela capital federal.

Ana Rosa dos Santos, infectologista e consultora do serviço de imunização do Sabin Diagnóstico e Saúde, ressalta ser fundamental que a população tome a vacina contra a gripe. Ela explica que, quanto mais pessoas de uma mesma região recebem esse tipo de proteção, mais os níveis de transmissão e de disseminação de doenças diminuem significativamente. E ressalta: quem toma a substância colabora, ainda, para a imunidade coletiva, reduzindo a probabilidade de surtos e epidemias de doenças transmissíveis.

"A vacinação evita complicações graves e sequelas de doenças, além de reduzir o risco de morte por enfermidades preveníveis, como também custos de saúde de hospitalizações associadas ao tratamento de doenças evitáveis", acrescenta a infectologista.

Prioridade

Nesta fase da campanha, a ação se destina, entre outros, aos idosos (faixa etária que se inicia aos 60, segundo o Ministério da Saúde) e a crianças entre os 6 meses e 5 anos. Também fazem parte dos grupos prioritários os profissionais das áreas de saúde; trabalhadores dos sistemas portuário e de transporte coletivo e rodoviário; professores; agentes das forças de segurança (polícias civil e militar), de salvamento (bombeiros e defesa civil) e prisional; e integrantes das Forças Armadas.

Sobre os menores de idade e os mais velhos, a infectologista explica que essa prioridade se dá porque, nos primeiros anos de vida, o sistema imunológico da criança ainda está em desenvolvimento, tornando-as mais suscetíveis a diversos patógenos. Quanto aos idosos, a queda da imunidade os deixa mais vulneráveis às doenças infecciosas naturais. Por isso são considerados imunossuprimidos e as vacinas diminuem o risco de hospitalização e de quadros graves que, geralmente, evoluem para situações mais graves, como a pneumonia bacteriana.

As autoridades sanitárias recomendam que pessoas com febre aguardem melhorar antes de receber a vacina. A mesma restrição recai sobre pacientes infectados com covid e dengue, que devem esperar estarem recuperados desses males para receber a proteção contra a influenza.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 20/03/2024 06:00 / atualizado em 20/03/2024 15:19