Uma das tradições do Dia Internacional da Mulher é dar presentes às homenageadas dessa data. O chef Rosário Tessier, conhecido pelo restaurante Trattoria do Rosário, usou a manhã de sábado (8/3), um dia após o 8 de março, para celebrá-lo na Ceasa. Ele distribuiu chocolates e rosas amarelas às frequentadoras e às comerciantes que levam suas mercadorias para esse mercado.
Tessier decidiu que este ano queria enaltecer as profissionais da produção agrícola. "As mulheres são muito importantes em qualquer situação da nossa vida social. Mas, hoje, escolhi homenagear as mulheres que trabalham com o campo e produzindo na área agrícola", explica. "Elas são trabalhadoras, mesmo. Elas cultivam produtos que são importantes para o meu trabalho e de muitas outras pessoas", acrescenta.
Rosário escolheu a Ceasa devido a lembranças que tem de seu país natal, a Itália. "Eu adoro o Ceasa. Na minha terra, em Nápoli, na Itália, existem feiras como o Ceasa e são fundamentais para nós, por isso eu escolhi vir aqui. São frutas, legumes, flores e hortaliças que deixam tudo maravilhoso", diz.
Assim como o chef que se aprimorou nos mercados italianos, várias mulheres têm profunda relação com o Ceasa. Esse é o caso de Loyane Aparecida, 39 anos, responsável, junto ao irmão, por uma banca. Ela convive com verduras e hortaliças no centro atacadista desde os 7 anos de idade. "Eu e meu irmão somos crias da feira e queremos continuar com a proposta do meu pai", afirma a feirante, filha de "Carlão", falecido há 15 dias e que abriu o ponto em que ela trabalha. "Estamos levando o nosso pai adiante. Ele era patrimônio do Ceasa", comenta.
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Sentimentos
Para Loyane, receber uma flor no sábado foi um afago ante a nova etapa profissional que encara, agora sem o aconselhamento do pai, com quem esteve por mais de 30 anos. "Atitudes como essa (do Tessier) trazem a sensação de gratidão. Estar no mercado de trabalho, desempenhando um papel digno e ser lembrada também pelo Dia da mulher mostra o quanto somos importantes", comenta.
Outra vendedora que começou a trabalhar antes de alcançar a maioridade é Ana Claudia Alves Kubota, 53. Desde os 17, ela ia à feira ajudar o namorado, com quem agora está casada. Agora, segue comercializando os produtos que o marido cultiva. "Vivo uma dupla jornada. Faço tudo em casa, vendo aqui e ainda sou confeiteira", conta a trabalhadora que nem pôde curtir a parte boa do Dia da Mulher na última sexta-feira. "Eu não fui cumprimentada por ninguém porque estava na "calmaria" da minha chácara, só ralando. Quando eu recebi uma flor hoje, fiquei emocionada", revela.
Sentimentos à parte, Ana aproveita o momento para exaltar a força e a perseverança de ser mulher. Mesmo que só exista um dia dedicado a elas, considera que a data é relevante. "É muita emoção. Mulher não tem só um dia, todos os dias damos o nosso sangue pelos filhos, família e sustento da casa", diz ela, que de segunda a sexta-feira encara sua confeitaria.
Marina Monteiro, 59, feirante experiente e responsável por um banca no Ceasa, ficou feliz ao receber a rosa. Considerou que o ato representa um cotidiano peculiar que só o Ceasa traz. "Eu acho muito boa essa interação do público com os feirantes. É melhor do que aquela coisa fria de supermercado. Aqui dá para trocar nossas figurinhas e até receber flores pelo Dia da Mulher", exalta.
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