Tentativa de homicídio

Justiça aceita denúncia e torna réu bombeiro que baleou maquiadora

Andrey Suanno Butkewitsch responderá por quatro tentativas de homicídio. Caso ocorreu em janeiro deste ano, após briga na Chapada. A única vítima atingida segue em recuperação

Com a decisão, Andrey vai responder por quatro tentativas de homicídio -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Com a decisão, Andrey vai responder por quatro tentativas de homicídio - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e tornou réu o bombeiro do DF Andrey Suanno Butkewitsch, 40 anos, pelo crime de quatro tentativas de homicídio. O bombeiro baleou uma mulher, 30, em 28 de janeiro, após uma discussão em um bar, em Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros.

A denúncia foi oferecida pelo MPGO na segunda-feira (4/3) e aceita pela Justiça nesta terça-feira (5/3). Na decisão, a juíza Marina Mezzarana Kiyan pontuou que o caso “ostenta os requisitos legais e não vislumbro nenhuma das hipóteses de rejeição liminar previstas no art. 395 do CPP”, escreveu.

Com a decisão, Andrey vai responder por homicídio tentado quatro vezes, já que atirou quatro vezes contra o carro no qual estavam quatro pessoas, além de porte ilegal de arma de uso restrito.

A única alvejada, a maquiadora Jully da Gama Carvalho, passou recentemente por cirurgia no Hospital de Base para a remoção de fragmentos do projétil que estava na cabeça. Pelas redes sociais, o marido dela, Jairo Soares, informou que ela recebeu alta antes da data prevista e que está em tratamento fisioterapêutico intensivo para a avançar na etapa de recuperação.

Acordo

A magistrada também aceitou o pedido do MP para homologar Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o colega de Andrey, o advogado Sandro Fleury Batista. De acordo com o processo, ele apenas segurou a arma do crime. Ele terá de pagar R$ 15 mil ao Conselho Comunitário de Alto Paraíso de Goiás.

Investigações

O inquérito da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) foi concluído em 14 de fevereiro. Nele, os investigadores citam que o sargento chegou ao bar acompanhado do amigo. Andrey estava na fila do estabelecimento para efetuar o pagamento e estaria olhando para Jully, o que incomodou o marido da jovem. O homem, então, resolveu tirar satisfação com Andrey e os dois iniciaram uma luta corporal.

Após o término da briga, Jully acompanhada do noivo e outros dois amigos, que saíram em direção ao local onde estavam hospedados. Com os quatro dentro do carro, Andrey dirigiu-se até o veículo da vítima, pegou a arma e disparou contra o vidro traseiro do carro, acertando a nuca da maquiadora.

O bombeiro deixou o local acompanhado de um amigo, o advogado identificado como Sandro Fleury Batista, mas foram encontrados na mesma rua, por policiais militares. Na delegacia, Andrey confessou que houve a discussão e disse ter atirado na intenção de intimidar os envolvidos, mas não para atingir nenhuma das vítimas.

No dia da ocorrência, Jully foi encaminhada às pressas ao hospital e passou por cirurgia. A rotina dela, compartilhada nas redes sociais, é de vídeos dentro do processo de fisioterapia e ao lado dos três filhos. Ela é moradora do Riacho Fundo, região administrativa do Distrito Federal.

Já Andrey permanece preso, na mira da Corregedoria do Corpo de Bombeiros (CBMDF) após ser exonerado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 06/03/2024 09:31 / atualizado em 06/03/2024 09:31
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação