Investigação

Adolescente que esfaqueou alunos em escola usava máscara, boné e luvas

Antes mesmo de começar a aula, o adolescente entrou na sala e, em posse de duas facas estilo "peixeira" partiu para cima de três alunos. Um professor e uma monitora também se feriram

As aulas noturnas voltaram, ontem. As da manhã e tarde, hoje -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
As aulas noturnas voltaram, ontem. As da manhã e tarde, hoje - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O aluno de 15 anos apreendido por esfaquear três estudantes, uma monitora e um professor em uma escola pública de São Sebastião usava boné, máscara facial e luvas para cometer o crime. O ataque ocorreu por volta das 7h15, no Centro Educacional (CED) São José, logo após a entrada dos alunos na instituição.

Antes mesmo de começar a aula, o adolescente entrou na sala e, em posse de duas facas estilo “peixeira” nas mãos, partiu para cima de três alunos. Na entrada, o garoto foi orientado a tirar o boné, conforme determina as regras. Ele tirou, mas foi ao banheiro em seguida e colocou novamente o objeto. Além disso, o menor usava uma máscara facial preta e duas luvas com tecido de lã. Imediatamente após as facadas, os jovens saíram correndo da sala e o professor usou uma cadeira para encurralar o menor e impedir mais agressões. O docente chegou a se ferir.

Poucos segundos depois, uma coordenadora usou um cabo de vassoura para ajudar o professor a conter as agressões, momento em que o adolescente levantou as mãos para cima e se rendeu. Os funcionários da escola trancaram o aluno na sala e acionaram a polícia, que chegou cerca de 40 minutos depois. Enquanto ficou sozinho, o menor esfaqueou mochilas e carteiras.

As vítimas atingidas pelo aluno sofreram cortes superficiais. Entre elas, estava uma menina grávida, que só não teve ferimentos mais graves porque estava com um casaco. Um menino de 15 anos teve um corte no pescoço e um outro na região da escápula direita.

A defesa


Durante o interrogatório prestado na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), o menor confessou o crime e disse que sofria bullying em razão da aparência física. Relatou ainda que era xingado frequentemente.

“Foi um fato totalmente atípico. Ele era um garoto introspectivo, não tinha diagnóstico nenhum de traços violentos, nem ocorrências criminais. Um menino de família estruturada, mas que ele nunca comentou nada aos parentes”, afirmou o advogado, que representa a família do menor, Marcos Akaoni.

Segundo o advogado, a família do adolescente pediu perdão aos parentes das vítimas atingidas. Nesta segunda (4/3), o menor ficará na DCA e passará por uma audiência nesta terça. Em decorrência dos fatos, as aulas no CED foram suspensas nesta tarde e noite.

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postado em 04/03/2024 18:51 / atualizado em 04/03/2024 18:58
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