Por Darcianne Diogo e Carolina Braga — O adolescente de 15 anos apreendido por esfaquear três alunos, um professor e uma monitora em uma escola pública de São Sebastião disse, na delegacia, que sofria bullying há quase um ano. Ao Correio, o advogado que representa a família do menor, Marcos Akaoni, afirmou que o suspeito passará por audiência de custódia nesta terça-feira (5/3).
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O caso ocorreu na manhã dessa segunda-feira (4/3). Segundo a Polícia Militar do DF (PMDF), o adolescente entrou no Centro Educacional (CED) São José, local onde estudava, em posse de duas facas. Dentro da sala, atacou os alunos e a monitora. Durante o interrogatório na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), ele confessou o crime e disse que sofria bullying em razão da aparência física. Relatou ainda que era xingado frequentemente.
“Foi um fato totalmente atípico. Ele era um garoto introspectivo, não tinha diagnóstico nenhum de traços violentos, nem ocorrências criminais. Um menino de família estruturada, mas que ele nunca comentou nada aos parentes”, afirmou Marcos Akaoni.
Segundo o advogado, a família do adolescente pediu perdão aos parentes das vítimas. O menor ficará na DCA e passará por uma audiência nesta terça-feira (5/3). Em decorrência do episódio, as aulas no CED São José foram suspensas nesta segunda-feira.
Uma das vítimas, um adolescente de 15 anos, ficou com cortes no pescoço, nas costas e nas mãos. O pai* dele foi quem o buscou na escola após o incidente. "Meu filho me ligou. Quando cheguei lá, os bombeiros já haviam medicado ele e o levei para o hospital. Depois, viemos à DCA", explicou ao Correio.
A mãe* da vítima, confirmou que o filho não conhecia o rapaz que o agrediu. "Permitimos que nossos filhos vão à escola aprender e há esse descaso com a segurança e a educação dentro das escolas. Estou despedaçada", disse. Os pais e a vítima também prestaram esclarecimentos pela manhã na DCA.
Educar para a paz
Para o psicólogo clínico Igor Saraiva, as escolas devem aproveitar este momento não para ficar em silêncio, mas para orientar as crianças sobre violência, bullying e como se proteger. "É uma oportunidade educacional que não pode ser perdida. Os pais precisam cobrar da escola uma resposta social em relação a isso.”
*Os nomes do pai e da mãe do adolescente foram preservados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (IECA).
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