Debaixo das sombras de árvores da 105 Norte, neste domingo (3/3), discípulos e mestres se uniram para celebrar décadas de conhecimentos difundidos por Moo Shong Woo, melhor identificado como mestre Woo, que, agora, aos 93 anos, constata o progresso da associação Being Tao que ele promove, desde os anos de 1970, em Brasília. As regulares atividades de aprimoramento do ser humano concentradas na Praça da Harmonia Universal, local de celebração do aniversário de Woo, trouxeram à associação o reconhecimento como patrimônio cultural imaterial de Brasília.
Na gratidão por mais um ano de vida, Woo percebe o acréscimo que ele ofereceu para a comunidade de pessoas integradas à praça. "O povo muito gosta de cuidar da saúde, do corpo e do espírito. Na vida, já tenho idade e paz, e gosto de ver o povo assim, buscando saúde", comentou ao Correio, o aniversariante que, da praça, vizinha a seu apartamento, perpetua meditação, chi kung, tai chi chuan, auto-massagem e energização solar, além da arte da oração e do perdão.
Com participação de personalidades como Erika Kokay, Ademar Kyotoshi Sato (o Monge Sato) e Chico Vigilante, o aniversário marcou reflexões como a da filha de Woo, a médica Tsulia Chang, que reforço o aprendizado mais evidente junto ao pai: "Trabalhe para o bem, e confie em tudo o que traga o bem". Também médico, o filho Aristein Woo aproveitou a ocasião para não descuidar do pai, que, pelo que conta, zela por uma forte independência. Vale a lembrança de que, nascido em Chiayi (Taiwan), Woo, desde os anos 1960 vive no Brasil, e entre muitas atividades foi o primeiro professor de línguas chinesa e japonesa do Instituto Rio Branco.
Autora do livro Vivendo Being Tao, com depoimentos da frutífera convivência entre 70 participantes da comunidade, a professora Lucimar de Melo Bonfim circulava com alegria entre alunos e conhecidos, numa rede que teve por facilitador o mestre Woo. Ela conta que, há 20 anos, repassa o Lian gong em 18 terapias, uma vertente terapêutica que previne e trata as dores. "Todos os princípios começa com palavras de equilíbrio e harmonia. Eu falo, você escuta; você fala, eu escuto: assim são as coisas. O tai chi é algo bom para a saúde emocional, social, retarda o envelhecimento e traz tranquilidade para os quatro seres habitam cada ser: físico, psicofísico, espiritual e psicoespiritual. Há harmonia para que não briguem. Alinha-se o intelecto, o emocional e a alma", comenta o professor presente na Roda de Saberes, Mestre Dada, o filipino Herbert Dada Inocalla. Monge de yoga, desde 1976, em Brasília, ele conta que entre muitas habilidades, o mestre Woo contribuiu para as artes marciais praticadas por ele, desde criança.
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