A Câmara Legislativa (CLDF) aprovou, em sessão de terça-feira (27/2), o envio de emendas parlamentares para a compra e reparos de equipamentos para o Instituto de Física (IF) da Universidade de Basília (UnB), um dos mais atingidos pela chuva da véspera de carnaval.
Os valores encaminhados pela Fundação de Apoio a Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), que serão destinados à Universidade de Brasília (UnB), giram em torno de R$ 3,5 milhões. Ao todo, oito distritais destinaram emendas à universidade:
- Gabriel Magno (PT), R$ 1 milhão;
- Fábio Felix (PSol), R$ 1 milhão;
- Jaqueline Silva (MDB), R$ 700 mil;
- Max Maciel (PSol), R$ 200 mil;
- Wellington Luiz (MDB), R$ 300 mil;
- João Cardoso (Avante), R$ 150 mil;
- Ricardo Vale (PT), R$ 50 mil; e
- Paula Belmonte (Cidadania), R$ 125 mil.
O acordo entre a UnB e os deputados foi costurado na última semana. No encontro, organizado pelo distrital Gabriel Magno (PT), os parlamentares propuseram, também, encaminhar emendas para a Novacap para que a universidade seja contemplada nas etapas do Drenar DF — evitando novos alagamentos no campus Darcy Ribeiro.
Recursos para evitar alagamentos
O Correio mostrou, mais cedo, que as fortes chuvas no campus revelaram problemas de infiltração e drenagem que são velhos conhecidos da instituição. Nos últimos anos, ela tem sofrido recorrentes cortes de verbas e isso impossibilita realizar intervenções necessárias para resolver definitivamente essas deficiências de infraestrutura.
No orçamento de 2024, previsto pelo Ministério da Educação, a UnB tem disponíveis R$ 48,2 milhões para funcionamento anual, 5,25% a menos do que recebeu no ano anterior. O montante é insuficiente para que sejam feiras obras que evitem alagamentos. Além disso, etapas do Drenar DF — programa do Governo do Distrito Federal (GDF) para acabar com inundações provocadas pelas chuvas em áreas da Asa Norte — não contemplam a região do campus principal, como disse o professor Sérgio Koide, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (ENC).
"A chuva do dia 9 foi bastante incomum e, segundo especialistas da própria UnB, talvez possa demorar para enfrentar algo parecido como aquilo (novamente). No entanto, o que nos preocupa é que as águas (da Asa Norte) possam descer para a universidade. Isso é um problema antigo e as etapas do Drenar não contemplam a universidade", explicou Koide.
Segundo ele, o sistema de absorção pluvial da capital federal é arcaico e, após a construção da avenida L3 Norte, os problemas com acúmulo de água dos temporais na Asa Norte se tornaram constantes. "As chuvas têm se intensificado nos últimos anos, e um bom sistema de drenagem absorveria parte da chuva, o que não ocorre hoje", lamentou. O professor comentou que foi determinado pela reitoria que seja feito o possível para enfrentar a situação, e avaliou que são necessárias ações por parte do Executivo local.
"Estamos conversando com a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) para que haja um reforço na galeria que absorve a água para evitar alagamentos. O que estamos fazendo é diminuir os pequenos problemas. Nós não conseguimos evitar que a água entre na UnB, mas faremos o possível para que ela não chegue em excesso. O governo tem conhecimento desses problemas da universidade, mas a prioridade dele, por ora, acredito, é arrumar as áreas consideradas mais emergenciais", considerou.
Ao Correio, o secretário de Governo, José Humberto Pires, lembrou que o Drenar DF realiza obras que vão da 402 a 408 Norte. De acordo com ele, concluídos esses trabalhos, a próxima ação do programa começará na 710 Norte e irá até as margens do Lago Paranoá. Segundo o secretário, a previsão é de que esse próximo passo seja iniciado ainda neste semestre.