Quatro farmacêuticos foram alvos de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acusados de falsificar e vender atestados médicos há mais de três anos. Na manhã desta sexta-feira (23/2), foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados e em duas farmácias, na Vila São José, em Brazlândia, e em Vendinha (GO).
Segundo as investigações coordenadas pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), os farmacêuticos atendiam os clientes via WhatsApp. Os preços do documento falso variavam de acordo com o tempo de afastamento solicitado pelo comprador. O atestado de um dia custava R$ 50; por um comprovante para dois dias, pagava-se R$ 70; enquanto a licença de três dias saía por R$ 90.
Após a conversa, os investigados preenchiam o atestado com o dia e horário do suposto atendimento médico e com o registro da Classificação Internacional de Doenças (CID) informados pelo cliente. Quando o comprador tinha dúvidas quanto à enfermidade, os próprios farmacêuticos faziam sugestões.
Ao menos 273 atestados médicos falsos foram vendidos para moradores de Brazlândia nos últimos três anos. Para tanto, os investigados confeccionavam carimbos idênticos aos de médicos que assinavam receitas verdadeiras recebidas nas farmácias.
Segundo o delegado Fernando Cocito, chefe da 18ª DP, a fraude foi descoberto quando um médico de Brazlândia recebeu, na Unidade Básica de Saúde (UBS), uma prescrição de remédio controlado com carimbo idêntico ao dele e assinatura falsificada.
Um dos farmacêuticos alvo de busca, na manhã de hoje, havia sido preso preventivamente pela 18ª DP em julho de 2023. Na casa dele, à época, foram localizados blocos de receituários e atestados em branco. Também naquela oportunidade, na casa de uma comparsa do farmacêutico, a polícia localizou artes de carimbo prontas, com nome e CRM de 11 médicos do Distrito Federal.
Na operação de hoje, esse farmacêutico também é suspeito de vender remédio abortivo.