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Bloco dos Raparigueiros agita o domingo de carnaval com policiamento reforçado

Forte presença policial mudou o tom violento que marcou o bloco em outros carnavais

Foi na chuva que o Blocos dos Raparigueiros desfilou, embalado por muita segurança, em clima diferenciado em relação ao do ano passado. Nas linhas de revista, com PMs destacados, desde o trajeto da Rodoviária do Plano Piloto e o local de concentração no Setor Bancário Norte, a varredura rendeu apreensão de poucos objetos. Uma tesoura, uma faca e um aparelho eletrônico de choque.

"Não vi nada de violência. A revista, até com detectores de metal, me deixou bem mais seguro. Venho aos blocos, por gostar da bagunça — quero estar na muvuca, junto com a galera. Carnaval é ótimo, uma festa excelente", comentou o agitado folião Philipe Guimarães Araújo, 23 anos, desempregado. PcD (Pessoa com deficiência), o cadeirante Philipe veio de ônibus da Estrutural para se animar com a festa. O veredito veio dele, que exeprimentou algumas limitações de trânsito no bloco: "Em relação à acessibilidade, não foi muito boa; passei alguns perrengues. No sábado, fui no Bloco Baile da Piki, em Águas Claras. Nada me impede de aproveitar". O folião achou o som falho, com leves problemas técnicos. "Mas a música está muito boa. Sou bem eclético de gosto musical, até axé não me importo de ouvir", divertiu-se.

Ricardo Daehn/ CB DA Press - Philipe Guimarães Araújo, 23 anos, com o amigo Vinícius Ribeiro, 19 (Com a bandeira do movimento LGBTQIA+), no Bloco dos Raparigueiros

A animação da festa, com visível adesão baixa, dado que eram esperados mais de 30 mil pessoas. Além da chamada Batucada dos Raparigueiros, a Banda Imagem e o DJ Daniel (da Candangolândia) se esforçaram, entre axé, sertanejo e brega. Acompanhando Philipe, Vinícius Ribeiro, 19, estudante de design de animação levantava, de fato, uma bandeira especial: a do movimento LGBTQIA+. O que passa pela cabeça dele, ao levar o artefato para um local, no passado, mais violento? "O que sempre passa pela cabeça, quando levanto a bandeira do movimento: vejo a oportunidade de ser mais eu. Dar visibilidade a quem sou, sem me esconder. Moro com minha família, que é evangélica, e aqui consigo me soltar", comentou o estudante, morador do Jardim Botânico, que previa um terceiro turno, depois da festa: cumprir o trabalho informal de cuidar dos cachorros de alguns vizinhos.

Minervino Júnior/CB/D.A.Press -
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