A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), desarticulou um grupo especializado em roubos de veículos com restrição de liberdade das vítimas. Ao longo de quase 10 meses, os investigadores identificaram o modo de atuação da quadrilha e prenderam os criminosos.
A operação foi desencadeada entre 1º e 10 de janeiro. As três ações resultaram na expedição de 10 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão. No total, seis pessoas foram detidas. Em janeiro, na última etapa, dois homens foram presos. O terceiro envolvido, também identificado, morreu no final do ano passado ao entrar em confronto com policiais militares de Goiás.
Atuação
Ao longo das investigações, a polícia identificou o modo de atuação do grupo. Armados, os criminosos utilizavam um carro de apoio para identificar e monitorar as vítimas eleitas. Após selecionarem o momento mais oportuno, ao menos três suspeitos realizavam a abordagem.
Para despistar a ação da polícia, os autores mantinham as vítimas como reféns e, depois, as abandonavam em local ermo, geralmente em municípios da região do entorno do DF. Além dos veículos, os assaltantes levavam, ainda, os pertences das vítimas, como celulares.
Uma das imagens das câmeras de segurança colhidas pela polícia mostra um dos crimes, em 15 de abril do ano passado. Por volta das 5h20, dois dos autores se aproximaram do veículo da vítima e, armados, anunciaram o assalto. De forma violenta, exigiam que o motorista passasse para o banco traseiro, enquanto um dos criminosos assumia a direção.
Durante o crime, os autores agiam com violência e chegaram a desferir golpes com a coronha da arma de fogo nas regiões das costas e da cabeça da vítima. Um deles chegou, inclusive, a efetuar um disparo de arma de fogo no interior do carro para causar intimidação.
Na sequência, os ladrões seguiram em direção ao bairro Nova Betânia, onde abandonaram. Ao final, fugiram com o carro, R$ 600 e o celular do motorista.
Adulteração
As investigações revelaram que os veículos roubados passavam posteriormente por um processo de adulteração dos sinais identificadores e transportados a outras unidades da federação, onde eram entregues a receptadores que os desmanchavam para a venda das autopeças no mercado clandestino ou até mesmo os reutilizavam na logística criminosa do grupo.
Desde o início das apurações, foram recuperados dois veículos vinculados às vítimas. Os presos respondem por associação criminosa e roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, pela restrição da liberdade da vítima e com transporte para outra unidade da federação.
As investigações seguem no sentido de identificar novos elementos que integram o organograma criminoso descortinado (cadeia criminosa), permitindo assim, a ampliação do rol de responsabilização criminal de outros atores envolvidos.