A primeira remessa de vacinas contra a dengue chegou ao Distrito Federal no início da tarde da quinta-feira (8/2). Ao todo, foram entregues 71.708 doses — menos da metade do previsto em coletiva de imprensa realizada pelo governo do Distrito Federal (GDF), na quarta-feira. A expectativa era de que chegassem 194 mil doses, mas, o Executivo local reforçou que as remessas serão enviadas aos poucos. Com o baixo repasse, a Secretaria de Saúde anunciou que apenas crianças de 10 e 11 anos estarão entre os primeiros vacinados.
A data para o próximo lote de vacinas chegar, no entanto, ainda não está definida. A vice-governadora, Celina Leão (PP), e a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, foram à Rede de Frio, localizada no Guará, receber as doses. "Estamos aguardando, agora, a orientação do Ministério da Saúde para saber como faremos a imunização. Com as 194 mil doses, daria para vacinar toda a nossa população na faixa etária de 10 a 14 anos. Com a redução na quantidade de doses, a gente espera uma nova orientação do MS, para saber se podemos vacinar toda a população ou se devemos classificar por área de risco", disse a vice-governadora.
A secretária de Saúde acrescentou que houve problemas alfandegários na chegada do imunizante ao Brasil. "Foi informado pelo MS que houve um problema na alfândega, mas as doses chegarão à medida que passarem pela fiscalização. Vamos administrar essas 71 mil doses e depois vamos ajustando o processo interno, de acordo com o recebimento de novas doses", afirmou Lucilene.
Ainda assim, a secretária de Saúde confirmou que a vacinação contra a dengue terá início hoje, em alguns pontos espalhados pela capital do país. "A vacinação começa amanhã (hoje). Às 7h, as doses estarão nos pontos que a secretaria irá disponibilizar", reforçou.
Confira todos os pontos de vacinação:
UBS 2 Asa Norte
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: EQN 114/115
UBS 1 Cruzeiro
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: SHCES 601 - Lote 01 - Cruzeiro Novo
UBS 2 Sobradinho II
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Rodovia DF 420, Complexo de Saúde, Setor de Mansões, ao lado da UPA Sobradinho
UBS 5 Planaltina - Arapoanga
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Quadra 12 D Conjunto A Área Especial Arapoanga
UBS 3 Paranoá
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Quadra 2 - Conjunto 6 - Área Especial 4 - Paranoá Parque
UBS 1 Jardins Mangueiral
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Praça de Atividades 2
UBS 5 Gama
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Quadra 38 Área Especial
UBS 1 Santa Maria
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: QR 207/307 Conjunto T
UBS 2 Guará
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: QE 23 Área Especial
UBS 1 Riacho Fundo I
Horário de vacinação: das 8h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: QN 7 Área Especial 9
UBS 6 Taguatinga
Horário de vacinação: das 13h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Setor C Sul AE 01
UBS 2 Samambaia
Horário de vacinação: das 13h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: QS 611
UBS 3 Ceilândia
Horário de vacinação: das 13h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: QNM 15 Lote D
UBS 16 Ceilândia - Sol Nascente
Horário de vacinação: das 13h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Quadra 500 AE S/N Trecho 1 Sol Nascente
UBS 1 Brazlândia
Horário de vacinação: das 13h às 17h – Atendimento nos dias 9 (sexta-feira), 10 (sábado), 11 (domingo), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira)
Endereço: Entrequadra 6/8 Área Especial 3 - Setor Norte
Comorbidades
Durante o recebimento das doses, Celina Leão falou sobre as mortes de brasilienses. "É importante falar que, das 11 mortes, nove foram de pessoas com comorbidades. Falei isso ontem com a ministra (da Saúde). Talvez pegar todos os dados do Brasil e reavaliar em quem estamos aplicando", afirmou. "Não sei se isso se materializa em outros estados, mas, no DF, quem está morrendo é quem tem comorbidade", afirmou a vice-governadora. Celina acrescentou que a ministra Nísia Trindade levará o assunto para ser analisado pelo comitê técnico do Ministério da Saúde.
Tendas movimentadas
O governo do Distrito Federal (GDF) vai ampliar de nove para 20 o número de tendas de acolhimento à população. As estruturas destinadas a tratar pacientes com casos suspeitos de dengue vão ser instaladas em 11 novos endereços.
As novas instalações começarão a funcionar a partir do fim da próxima semana em Vicente Pires, Varjão, Gama, Taguatinga, Guará, Plano Piloto, Paranoá, Planaltina e Águas Claras. Ceilândia e Samambaia, que já possuem a estrutura, também serão beneficiadas com mais uma tenda de acolhimento, totalizando 20 estruturas no DF.
Na tarde de ontem, o Correio visitou a tenda de Ceilândia, onde estão sendo atendidos cerca de 250 pacientes com sintomas de dengue, por dia, e feitas cerca de sete remoções para hospitais e UPAs. Por ser uma região com uma das maiores incidências de casos, a tenda é uma das mais movimentadas do DF. Uma vez que o Hospital de Campanha (HCamp) da Aeronáutica fica localizado próximo, a Secretaria de Saúde está trabalhando no remanejamento de pacientes para que os atendimentos fiquem equilibrados entre as duas unidades. Em Ceilândia, a equipe de profissionais de saúde conta com o apoio de alunos do curso de técnico em enfermagem que estão dando apoio na triagem.
Só ontem, a estrutura de Ceilândia recebeu 10 pacientes que aguardavam atendimento no HCamp. É o caso da assistente jurídica Thalita Gabriela, 31 anos. "Estava aguardando atendimento no Hospital de Campanha e me ofereceram carona para vir ser atendida aqui na tenda. Viemos no carro da secretaria de Saúde", contou. "Como estou no segundo dia de sintomas, não fizeram o teste. Mas estou aguardando para ser medicada e hidratada com soro", completou.
Após tentar atendimento no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o vigilante Agdo Ávila, 37, foi encaminhado à tenda da Ceilândia com a esposa e os dois filhos, de três e seis anos. O filho mais velho fez aniversário no dia anterior, mas a família não conseguiu comemorar pois os filhos estavam com sintomas fortes de dengue. "Meus dois filhos estão com 39 graus de febre, dor de cabeça e enjoo, vomitaram várias vezes", relatou.
A situação em hospitais particulares não parece estar muito diferente da rede pública de saúde no DF. A dona de casa Livoneide de Oliveira, 52, levou a filha em um hospital particular na noite de quarta-feira, mas, após aguardarem mais de duas horas, resolveram voltar para casa. Ontem, foram à tenda de Ceilândia tentar atendimento. "Aqui está sendo mais rápido. Minha filha está piorando, com muita febre, dor no corpo e lesões na pele por causa da coceira", disse.
Hcamp
A Aeronáutica reforçou que o atendimento no Hospital de Campanha (HCamp), montado ao lado da Unidade de Pronto-Atendimento I, de Ceilândia, é exclusivo de pacientes com dengue ou com sintomas da doença. De acordo com a Força Aérea, entre 5 de fevereiro e ontem, às 18h, foram realizados 5.004 atendimentos, entre clínica médica, pediatria, emergências, exames laboratoriais, entre outros.
Segundo a major Juliana Vandesteen, a recomendação para pessoas com outras enfermidades é procurar um posto de saúde. Além disso, a militar afirmou, em coletiva de imprensa ontem, que a maioria dos pacientes atendidos na unidade são de casos leves.
Na ocasião, a major avaliou que o HCamp recebe muitas pessoas diariamente, mas a maior parte é de casos brandos da doença. "Nós atendemos a demanda e esperávamos nessa situação uma média de 600 (pacientes). Superamos realmente e ficamos muito surpresos com a alta procura nessa localidade que não é só paciente de Ceilândia. Tem vindo muito paciente de fora daqui para procurar o HCamp", disse a militar.
Questionada sobre a ampliação do atendimento, a militar afirmou que o HCamp está se adequando ao atendimento de acordo com a necessidade e de acordo com a demanda. "Essa questão de ampliação não nos compete agora definir."
Sobre os atendimentos no local, Juliana Vandesteen ressaltou que a finalidade do hospital é atender exclusivamente os casos de dengue. "É importante que isso fique bem claro. O que tem acontecido é que tem chegado pacientes que não tem suspeita de dengue. Isso sobrecarrega o atendimento. Então, eu peço até que esses pacientes com outros sintomas procurem os postos de saúde", apelou.
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), os principais sintomas da dengue são: mal-estar, fadiga, febre alta (acima de 38ºC), dores no corpo, atrás dos olhos, de cabeça e nas articulações. Outros sintomas que podem aparecer são vômito, náusea, diarréia e manchas no corpo. Há ainda casos assintomáticos ou com a presença de apenas um destes sinais. Após a picada pelo mosquito infectado, os primeiros sintomas de dengue aparecem entre quatro e 10 dias.
"Sendo um caso leve, ele vai ser orientado e vai se tratar em casa. Casos do grupo B e C, a gente acolhe, atende e hidrata. Se for necessário a transferência, vamos transferir. Se ficar tudo bem e ele melhorar com a hidratação, vamos orientar e ele vai embora para casa", detalhou a major.
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