O professor de epidemiologista da UnB, Wildo Navegantes Araújo, afirmou que a alta de casos da dengue não está acontecendo apenas no Brasil. Segundo o especialista, a dengue está forte em praticamente todas as Américas. A afirmação foi feita durante o seminário CB. Debate, promovido pelo Correio, nesta quinta-feira (29/2).
“A dengue não está acontecendo apenas no Brasil com essa magnitude. As Américas Central e Norte também estão sofrendo bastante com a dengue”, afirmou o professor. Porém, segundo Navegantes, existe um diferencial no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS). “Nos temos o SUS, com participação social, um programa nacionalização muito maduro, um programa de controle de vetores histórico. Nós precisamos pegar essas tecnologias conjuntas e fazer a atuação conjuntamente”, disse.
- Dengue: informação de qualidade é tão importante quanto evitar o mosquito
- Dengue: médicos e autoridades discutem o combate à epidemia no DF
O especialista também comentou sobre como as mídias sociais afetam a forma de lidar com a doença. “O excesso de mídias sociais, que nós somos hoje, pode ser super positivo, como uma atividade dessa que estamos fazendo hoje, mas também temos que combater as fake news", pontuou.
“Temos um exemplo da mesa anterior, que teve que responder que Ivermectina e Cloroquina não se usa para dengue, mas essa informação está circulando”, afirmou o professor.
Segundo Navegantes, é preciso ter alguma estratégia de mobilização social, participação do socialismo civil, assim como dos parlamentares, do executivo federal e distrital. “Como é que faz para que a informação chegue até a população? Como é que mobiliza uma pessoa na sua casa a aprender o que é necessário para se conscientizar e evitar que se tenha um resíduos sólidos em acesso viáveis à produção de mosquitos, e ao mesmo tempo consumir a informação correta?”, questionou.
CB.Debate
Com o aumento dos casos de dengue no Distrito Federal, o Correio Braziliense promove, nesta quinta-feira (29/2), o seminário Dengue — Uma luta de todos, que ocorreu das 9h às 13h, e contou com a presença de especialistas da área e autoridades políticas para discutir ações de combate à doença e prevenção. Além disso, o evento visa gerar um diálogo com a sociedade acerca da importância do envolvimento da população para o enfrentamento da epidemia. O seminário presencial foi realizado no auditório do jornal, mas contou com transmissão ao vivo no site e nas redes sociais do Correio.
Entre 1° de janeiro e 24 de fevereiro, o DF registrou 55 mortes por dengue, conforme dados do último boletim epidemiológico, divulgado na segunda-feira (26/2) pela Secretaria de Saúde do DF (SES), que ainda investiga 82 óbitos. Os casos prováveis da doença somam 100.558, um aumento de 1.449,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br