Trabalho apresentado, nesta sexta-feira (23/2), pelo YouTube do Instituto Brasília Ambiental, durante a primeira edição do Ciclo de Palestras Compartilhando Saberes de 2024, determina a influência que unidades de conservação (UCs) causam no preço de imóveis no Distrito Federal. O trabalho Análise de influência da distância à Unidade de Conservação no Distrito Federal foi desenvolvido pela servidora Ana Paula Camelo e apresentado na 4th International ESP Latin America and Caribbean Conference, em La Serene, no Chile.
A pesquisadora é engenheira florestal, mestre em Ciências Florestais (Conservação da Natureza) e Doutora em Ciências Florestais (Manejo Florestal). Para realizar a pesquisa, Ana Paula delimitou a região de Águas Claras, que possui 81% de área urbanizada e o Parque Ecológico Águas Claras. Para a pesquisa, foram analisados imóveis publicados no site WImóveis, resultando em um banco de dados com 3.111 imóveis na região.
O estudo mostrou que há correlação entre a distância para o Parque Ecológico e o valor dos imóveis e seu tamanho. “Percebemos que todos os imóveis situados até 200 metros de distância da UC estão, em média, 12% acima do valor de mercado. Outra coisa que a gente observa, é que o imóvel, a cada 100 metros de distância da UC, sofre uma depreciação de aproximadamente 55%”, explicou Ana Paula Camelo.
A pesquisa também descobriu que os maiores e mais caros imóveis da região ficam mais próximos da área ambiental, enquanto os menores e mais baratos ficam mais distantes. “Percebemos que para essa população de Águas Claras é muito importante ter essa proximidade com a unidade de conservação. A valorização que a comunidade dá para aquele local é muito grande, por se a única área ambiental da região”, concluiu a pesquisadora.
Como recomendação, Ana Paula Camelo entende que deve ser priorizado o serviço ambiental cultural no planejamento urbano e que devem ser incorporados espaços verdes em todas as cidades, para mitigar o risco de gentrificação (processo de transformação de áreas urbanas que leva ao encarecimento do custo de vida e aprofunda a segregação socioespacial nas cidades) verde.
*Com informações do Brasília Ambiental
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