CB.Saúde

Dengue: sorotipos mais agressivos são sinal de alerta

Chuvas e calor intenso favorecem a reprodução do mosquito. Além disso, há quatro sorotipos da doença circulando pelo Brasil, o que não acontecia há mais de 10 anos

Ethel Maciel é secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Ethel Maciel é secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Além do Distrito Federal, o Rio de Janeiro e o Espírito Santo decretaram estado de epidemia por conta da dengue. Acre, Goiás e Minas Gerais também já tinham reconhecido a emergência do avanço da doença. Em entrevista ao CB.Saúde — parceria entre o Correio Braziliense e TV Brasília —, a secretária de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, alertou para dois novos fatores que têm feito a doença avançar com mais intensidade. Às jornalistas Denise Rothenburg e Mila Ferreira, ela explicou que o primeiro fator são as mudanças climáticas, com chuvas fortes e calor intenso, o que favorece a reprodução do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. O segundo fator é a circulação dos quatro sorotipos da doença no Brasil, o que, segundo Ethel, não acontecia no país há mais de dez anos.

A secretária explica que a vacina disponível protege contra todos os sorotipos circulantes. "Nos ensaios clínicos, a vacina apresentou melhores resultados nos sorotipos 1 e 2, mas ela foi desenhada para uma eficácia nos quatro sorotipos", esclareceu.

Com relação aos idosos, o imunizante só foi testado em pessoas entre 4 e 59 anos, por isso, não pode ser aplicada nesta parcela da população. Entretanto, Ethel Maciel diz que essa é a faixa etária que mais preocupa, pelo fato da maior mortalidade por dengue ser registrada no Brasil em pessoas com mais de 70 anos. "A empresa está fazendo outros estudos e esperamos novas notícias para essa parcela da população", declarou a secretária.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o imunizante seja administrado, prioritariamente, em pessoas entre 6 e 16 anos. "Aqui no Brasil, fizemos o recorte de 10 a 14 anos, porque é a faixa etária que mais interna. A empresa não tem uma produção grande da vacina. O Brasil comprou 95% das vacinas disponíveis", contou.

O Ministério da Saúde atualiza todos os dias às 16h o Painel de Monitoramento das Arboviroses, com dados por unidade federativa. O documento pode ser acessado no link.

Covid-19

Em março de 2024, completam-se quatro anos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia da covid-19. Segundo a secretária Ethel Maciel, a situação está controlada, mas, a covid-19 continua sendo a doença infecciosa que mais mata no Brasil. "A covid mata mais que a dengue, mais do que a aids e mais do que a tuberculose", disse.

Apesar de 84% da população do Brasil estar vacinada om as duas doses da covid, apenas 6% das crianças brasileiras estão vacinadas contra a covid-19. "Temos crianças morrendo. Só ano passado, tivemos 112 crianças com menos de um ano mortas por covid. Isso é muito grave, pois a doença já tem vacina. São mortes que não precisariam acontecer", alertou.

Assista à integra do programa:

 

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postado em 22/02/2024 14:51 / atualizado em 22/02/2024 15:11
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