Um policial penal foi afastado, na manhã desta sexta-feira (16/2), provisoriamente da função por suspeita de envolvimento com uma organização criminosa que destruía veículos para recebimento de indenização de seguros. O agente teria fornecido dados pessoais de um policial civil do Distrito Federal à liderança da quadrilha. Além disso, foi cumprido um mandado de busca na casa do policial penal, localizada no Jardins Mangueiral.
Após pedido da Polícia Civil do DF (PCDF), o juiz da Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Brazlândia decidiu pelo afastamento por 90 dias. Nesse período, o policial penal não pode acessar as dependências e sistemas do sistema prisional do Distrito Federal.
No mandado de busca e apreensão, a Polícia Penal do DF (PPDF) participou da diligência. Por determinação judicial, a PCDF recolheu as armas de fogo, carteira funcional e distintivo do agente suspeito. O mesmo policial também é suspeito de tentar beneficiar um dos líderes da organização criminosa, flexibilizando o cumprimento da prisão preventiva.
O policial penal afastado foi exonerado da função de Diretor-Adjunto do Centro de Detenção Provisória II (CDP II) no último dia 6 de fevereiro após a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF) ter sido comunicada da apuração da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) sobre o caso.
Investigação
Segundo as investigações da 18ª DP, o policial penal afastado é amigo de um dos líderes de uma organização criminosa. Em outubro de 2023, ele teria passado dados pessoais do policial civil responsável pelas diligências para o grupo criminoso. Com as informações em mãos, a quadrilha mandou um sujeito até a casa do agente investigativo para intimidá-lo.
A PCDF também apurou que o policial penal tentou classificar o líder da organização criminosa para o trabalho interno no CDP II antes do prazo de quarentena estabelecido. A Seape-DF detectou o favorecimento e impediu a classificação. Na época do ocorrido, o agente penal afastado era Diretor-Adjunto do centro, onde os líderes do grupo cumprem pena.
A organização criminosa foi desarticulada em setembro do ano passado, na Operação Coiote da 18ª DP. As apurações apontaram que o grupo estava voltado à destruição de veículos para recebimento de indenização de seguro. Entre os integrantes da quadrilha, havia um policial militar licenciado, um policial militar da ativa e uma advogada.
Ao longo da investigação, foram detectados 12 acidentes forjados no DF, ocorridos entre 2015 e 2022, com a destruição de 25 carros. Um dos acidentes simulados ocorreu em Brazlândia.
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