O dia 15 de fevereiro marca o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil e chama atenção para a importância do diagnóstico precoce para tratar a doença. Segundo as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer é a doença que mais causa mortes de crianças no Brasil e, no triênio 2023/2025, devem ser registrados cerca de 7.930 novos casos em crianças e jovens de 0 a 19 anos a cada ano.
A médica oncologista e hematologista pediátrica no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB), Isis Magalhães, explicou que não há como fazer a prevenção primária da doença, por isso a importância de identificar o câncer nos primeiros sintomas. “Não temos associações com fatores específicos. Então não tem como prevenir. Nossa maior arma é o diagnóstico precoce”, destacou. A oncologista enfatizou que é preciso buscar assistência médica ao menor sinal de suspeita.
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), os sintomas do câncer infantil costumam ser parecidos com os de doenças comuns entre as crianças, sendo fundamental as consultas frequentes com o pediatra. São esses profissionais que podem identificar os primeiros sinais de câncer e encaminhar a criança para investigação diagnóstica e tratamento especializado.
A médica oncologista comentou ainda que o tipo mais comum de câncer na infância é a leucemia linfoide aguda, que tem origem nas células precursoras do sangue presentes na medula óssea. “Seu principal sintoma é a interferência na produção sanguínea, manifestando-se através de anemia, diminuição dos glóbulos brancos de defesa e suscetibilidade a infecções recorrentes. Além disso, ocorre a diminuição das plaquetas, resultando em manchas roxas na pele, dores ósseas e articulares”, detalhou.
Além disso, a especialista ressaltou que o câncer infantil apresenta uma biologia distinta do câncer em adultos, por se manifestar rapidamente. Segundo ela, a doença é mais sensível à quimioterapia, mas é preciso garantir um acompanhamento abrangente com uma equipe multidisciplinar composta por pneumologistas, infectologistas e outros profissionais.
Tratamento
O HCB é referência no atendimento pediátrico de média e alta complexidade. Nesse sentido, Cristina Camatta buscou a unidade para o tratamento oncológico da pequena Marcela, de 9 anos, em 2019. A mãe contou que, após extensa procura por um diagnóstico preciso, foram encaminhadas para o HCB para a menina tratar uma leucemia. “Marcela estava sofrendo com dores abdominais e, somente após uma consulta no Hospital da Criança, conseguimos um diagnóstico específico com um hematologista”, recordou Cristina.
Mãe da pequena Emily, de 7 anos, Adriele de Assis enfrentou o medo e a insegurança após a filha ser diagnosticada com meduloblastoma, um tumor no sistema nervoso central. Ela contou que a menina perdeu os movimentos durante o diagnóstico. “Foi um momento extremamente difícil para nós. Ela sempre foi muito comunicativa. Um médico do Hospital de Ceilândia encaminhou o caso dela para o Hospital da Criança em 2021”, relembrou. Na unidade, Emily passou por duas cirurgias e também realizou múltiplas sessões de quimioterapia e radioterapia ao longo de um ano.
Atualmente, a unidade oferece vagas em 23 especialidades pediátricas para consultas, como alergia, anestesiologia, cardiologia, cirurgia pediátrica, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, genética clínica, ginecologia infanto-puberal, homeopatia, imunologia, infectologia, nefrologia, neurocirurgia, neurologia, onco-hematologia, ortopedia, pneumologia, psiquiatria e reumatologia.
O hospital realiza ainda procedimentos de hemodiálise, diálise peritoneal, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, musicoterapia, terapia ocupacional, odontologia, farmácia, nutrição, enfermagem, serviço social, além de fazer exames laboratoriais e de imagem.
Com informações da Secretaria de Saúde
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