A preocupação com a infecção pelo Aedes aegypti não é a única para a população do Distrito Federal. Isso porque houve aumento de praticamente 55% nos casos de covid-19. A quantidade subiu no fim de janeiro, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF), em 5 de fevereiro. Nos números, contabilizados entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro, as notificações saltaram de 537 para 828 em relação à semana anterior — 54,2% a mais. Além disso, o documento confirmou quatro óbitos pela doença na capital federal, entre junho e dezembro de 2023.
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O infectologista André Bon, do Hospital Brasília Águas Claras, pondera que, mesmo diante da estatística, não há motivo para as pessoas se alarmarem. O especialista orienta que os pacientes que apresentarem sintomas devem manter o isolamento social, usar máscara de proteção e evitar circular para não proliferar a transmissão de covid-19 e outros vírus respiratórios. "A gente está se aproximando da sazonalidade da Influenza. Então, as recomendações que valem para a covid-19 também valem para a Influenza e para os outros vírus respiratórios. É extremamente importante que essas pessoas estejam em dia com a vacinação e, na apresentação dos primeiros sintomas, procurem atendimento médico para que possam ser adequadamente tratadas, porque existe tratamento eficaz contra a covid-19 hoje em dia", explica.
De acordo com André, este momento tem um contexto completamente diferente do período da pandemia, pois há ampla vacinação, mesmo que nem todos estejam totalmente imunizados. "A gente tem tratamentos específicos contra a covid-19 para a população de alto risco, inclusive no SUS há disponibilidade dessas medicações", observa o infectologista.
Apesar de ter contraído covid-19 após o ciclo completo de vacinação, a aposentada Rozilea Mendonça, de 75 anos, tem a convicção de que estar imunizada impediu que a doença causasse consequências mais sérias. Moradora de Sobradinho, ela foi diagnosticada na semana passada. Ela ficou surpresa porque toma todos os cuidados. "Não uso máscara dentro de casa, mas vou à padaria, farmácia, ônibus, lotérica e mercado sempre de máscara", conta.
Na quarta-feira passada, a aposentada teve febre de 38,1ºC e fez teste de dengue por orientação médica. O resultado foi negativo, mas o sintoma persistiu. Acabou por fazer o exame para covid-19 e, no domingo, obteve a confirmação de que contraiu o vírus.
"Sinto um pouco de frustração porque me cuidei a vida inteira. Tenho várias comorbidades. Também sou cardiopata, tenho problemas pulmonares e tive bronquite asmática quando criança. Tenho vários problemas de saúde que poderiam me dar uma situação grave, e não tive, graças a Deus. Isso se deve a todas as cinco doses da vacina. Foi o que me salvou", afirma.
Vacinação
O Vacinômetro, do Ministério da Saúde, — atualizado ontem — aponta que o DF está com mais de 7,3 milhões de doses aplicadas. Pacientes como Rozilea, que tomou a segunda dose de reforço, representam mais de 1,4 milhão de aplicações.
Conforme o último boletim epidemiológico da SES-DF, a taxa de transmissão chegou a 1,19, o que indica que um grupo de 100 pacientes contaminados é capaz de transmitir a doença para outros 119. O documento também trouxe dados sobre quatro novos óbitos em decorrência da covid-19. As mortes ocorreram em junho, julho, outubro e dezembro do ano passado.
Desde o começo da pandemia, em março de 2020, o DF confirmou mais de 929,6 mil casos de covid-19. Entre esses, quase 12 mil pessoas morreram em consequência da doença.
Os locais da vacinação contra a covid e quem deve se imunizar podem ser consultados no site da SES-DF: saude.df.gov.br/locaisdevacinacao.
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