Após mais de quatro horas de interdição da Vigilância Sanitária por falta de posto médico, o Bloco do Seu Júlio, em Planaltina, teve autorização para embalar o carnaval da cidade, por volta das 18h40 desta terça-feira (13/2).
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Segundo organizadores do evento, o bloco foi liberado após a chegada de outra ambulância com equipe médica para dar apoio à que já estava no local. Os foliões aguardavam ansiosamente na entrada do bloco lotaram o estacionamento do Restaurante Comunitário da cidade e fizeram a festa perto do palco.
Um dos foliões na entrada do Bloco do Seu Júlio à espera de liberação foi o técnico administrativo Ivo Moura, 42. Ele ficou à espera da volta do bloco durante três horas. “Toda hora vem uma informação e depois vem outra. Fiquei sabendo que tinha uma ambulância para chegar aí. A estrutura do evento é para 10 mil pessoas, mas ninguém libera nada”, disse o morador da região, antes da interdição terminar.
Segundo ele, o clima foi de tensão com a indefinição se o bloco iria voltar a ocorrer. "Não sabíamos de fato o que realmente estava acontecendo. Muitos comentários negativos nos deixavam muito ansiosos. Esse evento acontece há mais de 14 anos e nunca teve esse tipo de imprevisto", desabafa Ivo.
Primeiro carnaval do namoro
A interdição do Bloco do Seu Júlio, em Planaltina, deixou diversos foliões aflitos na entrada. Quem estava dentro do bloco também ficou ansioso pela liberação, como é o caso da estudante de enfermagem Ana Carolina Teodora, 20, que passou o carnaval pela primeira vez namorando a promotora de vendas Maria Eduarda Lira, 21. "É uma questão muito chata porque decidiram interditar em cima da hora com todo mundo esperando no sol. É uma sacanagem muito grande com quem se organizou, porque estamos vendo que tem estrutura. Tem ambulância, tem polícia. Não tem necessidade disso", desabafa Anna Carolina.
Frequentadora do bloco desde quando criança, na Vila Buritis, Maria Eduarda critica a falta de atenção com o Bloco do Seu Júlio, que ela acredita ter estrutura para receber mais de 10 mil pessoas. "A gente fica revoltada porque a organização está boa e tem lugares que a gente curtiu, como o Bloco das Montadas, que não tinha 1/3 do que tem aqui. Foi interditado por uma injustiça e uma perseguição", afirma a moradora de Planaltina.
Após a entrada ter sido liberada, Anna conta que a pista encheu de foliões e a festa voltou a ficar agitada com a apresentação de três bandas. Os ritmos foram variados, desde piseiro, axé, samba a sertanejo. “Depois que liberaram, conseguimos curtir e ficamos até umas 20h30. Mas quando começou a ficar lotado, achamos melhor ir embora para casa. Apesar dos pesares, foi bem tranquilo, deu bastante gente e muita família lá. Foi bem especial passar o primeiro carnaval do namoro juntas. Conseguimos curtir e aproveitar”, finaliza a estudante de enfermagem.
Um dos que estavam desinformados do lado de fora do bloco era um vigilante Ronan Victor Duor, 20. Ele estava no fim da fila para entrar na festa quando decidiu subir até a entrada para saber o que estava acontecendo para haver demora na liberação dos foliões. "Sabia que estava uma fila enorme e decidi vir", relata.
O morador da cidade reconhece que foi bom ter ocorrido a interdição do bloco para garantir a segurança das pessoas. "É ruim (a falta de posto médico) para as pessoas que vieram se divertir. Geralmente são blocos bem específicos que têm posto médico. Mas acontece", lamenta Ronan.
Choro
Após a Vigilância Sanitária interditar o Bloco do Seu Júlio, em Planaltina, por falta de posto médico, o fundador e presidente do bloco, Júlio Paixão Castelo Branco, 62 anos, se emocionou a chegou a chorar em meio à confusão. "Sou amigo de todo mundo. Não quero briga com ninguém. A gente tinha UTI, UTE, aí depois quiseram posto médico e um monte de exigências. A gente está dentro das normas todas", desabafa.
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