A epidemia de dengue no Distrito Federal, com 46.298 casos confirmados e um aumento de 1.120% em relação ao mesmo período do ano passado, é um problema de saúde pública grave, que tem levado a população às unidades de saúde ou ao óbito. Além dos cuidados em não deixar a água parada e manter os ambientes livres de entulhos, os especialistas recomendam o uso de repelentes. Mas o produto encareceu e sumiu das prateleiras das farmácias do Distrito Federal.
Com o aumento da demanda, as vendas cresceram entre 30% e 40%, segundo funcionários das drogarias. Já os clientes, reclamam que quando encontram o produto, o preço está nas alturas. A farmácia em que Carlos Augusto trabalha é uma das que ficou sem repelente. Ele conta que, quando o produto chega na loja, acaba muito rápido "Depois que essa epidemia começou, o produto ficou escasso. Ninguém encontra. Boa parte dos clientes está comprando mais do que uma unidade", descreve. Segundo o vendedor, nesta semana uma moça foi à drogaria e levou oito frascos de uma só vez. "O aumento nas vendas foi de cerca de 30%", calcula.
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A aposentada Joana Almeida, 67, estava à procura dos repelentes e reclamou da dificuldade de encontrar o produto e do preço alto. "Estão cobrando um valor muito alto. A atendente me faria um desconto de 10%, mas não era o suficiente. Acredito que a busca pelo produto fez isso. Igual na época da covid-19, quando o álcool em gel ficou com um preço absurdo", destaca.
Como saída a moradora da Asa Sul vai buscar outros meios para repelir os mosquitos da sua residência e se manter fora de perigo. Ela tentará afastar o pernilongo com incenso caseiro e telas. "As pessoas que fazem estoques em casa poderiam ter um pouco mais de consciência com o próximo e não levar todos. As drogarias, por sua vez, poderiam cobrar um valor mais justo", defende.
Gerente de uma drogaria na Rua das Farmácias, Leiva Ribeiro, 46, conta que quase todos os clientes que entram na loja só procuram por uma coisa: repelente. "Há 15 dias vendemos 20 unidades para um único comprador", pontua. Ele conta que o aumento de vendas é superior a 40%. Algumas marcas, como SBP, OFF e o Exposis, que contém icaridina, são as mais procuradas. "Essas praticamente não ficam na loja. É chegando e saindo. No mercado elas estão em falta. Não encontramos com facilidade", conta.
Robson Barcelos, 52, é outro que está em busca do insetífugo, mas a tarefa não tem sido fácil. "Meus dois filhos vão para um acampamento na igreja, queremos que eles tenham segurança. Entrei em várias drogarias e não consigo encontrar. Os que eu encontro não têm icaridina e não estão nada baratos", explica.
* Estagiário sob a supervisão de Adriana Bernardes
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