Aedes aegypti

Pets sofrem com o mosquito da dengue, que pode transmitir doença cardíaca

A dirofilariose, mal causado pelo mesmo transmissor da dengue, atinge cães e gatos

Tutora do vira-lata Dino, Larissa de Pádua coloca coleira com repelente há dois anos no pet -  (crédito: Arquivo pessoal)
Tutora do vira-lata Dino, Larissa de Pádua coloca coleira com repelente há dois anos no pet - (crédito: Arquivo pessoal)

O aumento de casos de dengue no Distrito Federal não atinge somente os seres humanos. Os pets, principalmente cães e gatos, também sofrem com o mosquito Aedes aegypti, que é vetor de transmissão da Dirofilaria immitis, parasita que causa a dirofilariose, mais conhecida como verme do coração. Entre os principais sintomas, os animais apresentam moleza no corpo, anemia, problemas cardiológicos, apatia, cansaço ou tosse. Segundo o Serviço Veterinário Público (Hvep), no Parque Lago do Cortado, em Taguatinga Norte, foram confirmados sete casos em janeiro deste ano em animais de estimação.

A veterinária Micaela Albuquerque reconhece a falta de conhecimento por parte da maioria dos tutores, que acabam ficando mal instruídos a essas possibilidades. "É uma doença para a qual precisamos dar mais importância para podermos controlar, prevenir e evitar que vire uma epidemia", alerta. De acordo com a especialista, uma das alternativas de prevenção é usar medicação via oral própria para pets (vermífugo), mas apenas com indicação de médico veterinário. Sobre os exames, há na rede privada e na pública, no Hvep.

Outra maneira de cuidado é comprar coleiras com uso prolongado, de 30 dias a oito meses de duração. "Com elas, uma substância liberada impregna o pelo do animal, forma um repelente e inibe a picada dos vetores. Temos uma boa eficácia. Isso vale tanto para o combate à leishmaniose quanto ao verme do coração", destaca.

Micaela acrescenta que os tutores devem ficar atentos às mudanças de comportamento do bichinho e procurar um profissional da área. Ela orienta que é preciso manter a casa limpa, sem água parada ou acúmulo de sujeira. "Apesar de Brasília não ser uma área endêmica da doença, estamos tendo uma incidência maior por causa do trânsito desses animais", finaliza.

Suely Fernanda Mendes, 42 anos, mantém a prevenção contra a dirofilariose, por meio do controle de pulgas e de carrapatos, com vermífugo a cada seis meses. Moradora de Samambaia Norte, a autônoma é tutora de cinco cachorros e de seis gatos,  "Os cães usam a coleira, com prazo de validade geralmente de quatro meses. Adoto os cuidados básicos, como limpeza de vasilhas com água no quintal", conta.

Doença incomum

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), há atendimentos disponíveis no Serviço Veterinário Público. A diretora do Hvep, Lindiene Samayana, explica que a dirofilariose ocorre bastante em cidades litorâneas, onde costuma haver mais áreas com água parada. "Muitas vezes, o tutor vem com uma queixa, e acaba sendo o achado clínico, porque os sintomas são muito comuns com leishmaniose e a doença do carrapato", analisa.

Para identificar a doença, é feito o 4dx, exame de sangue específico para cães, que fica pronto no mesmo dia. Para os gatos, raramente atingidos, é feito um teste de PCR, cujo resultado sai em até cinco dias úteis. 

Com objetivo de evitar infecção pelo vírus, a estudante de história na Universidade de Brasília (UnB) Larissa de Pádua, 19, mantém atenção especial com o vira-lata Dino, 4, pois mora com a irmã e os pais, a 500 metros do Parque Ecológico Sucupira, em Planaltina. Como a região tem mato alto e lixo ao ar livre, é recorrente haver animais peçonhentos e insetos em casa e na rua. Por isso, há dois anos, a família dela coloca coleira antipulgas, que serve como repelente. "Pagamos R$ 50, mas é um investimento, porque a coleira dura bastante, por quatro meses", avalia.

Mesmo antes do aumento de casos de dengue no DF, Larissa diz que ela e os familiares já adotavam cuidados contra possíveis focos do Aedes aegypti, vetor de transmissão do verme do coração. "Não deixamos água parada e fazemos dedetização a cada dois meses. Mas sabemos que não depende só da gente, porque, às vezes, tem um vizinho descuidado ou água parada na rua. Além da coleira do Dino, sempre verificamos se tem um bicho perto dele e deixamos o ambiente limpo", relata a jovem.

Sintomas

» Moleza no corpo;

» Anemia;

» Problemas cardiológicos;

» Apatia;

» Cansaço; e

» Tosse.

Proteção

» Dar vermífugo via oral sob prescrição de médico veterinário;

» Usar de coleira com repelente (duração de 30 dias a oito meses);

» Evitar água parada e acúmulo de sujeira; e

» Ficar atento a mudanças de comportamento e procurar atendimento em clínica veterinária, caso necessário.

Serviço Veterinário Público DF (Hvep) - Atendimento

Horário: 7h30 às 17h, de segunda a sexta-feira

Endereço: QNF, Parque Lago do Cortado, em Taguatinga Norte

Contato: (61) 99938-5316

Site para agendamento de exames: agenda.df.gov.br

 

 


Dirofilariose

Sintomas

 

» Moleza no corpo;

 

»  Anemia;

 

»  Problemas cardiológicos;

 

»  Apatia;

 

»  Cansaço; e

 

»  Tosse.

 

Proteção

 

» Dar vermífugo via oral sob prescrição de médico veterinário;

 

» Usar de coleira

com repelente (duração de 30 dias a oito meses);

 

» Evitar água parada e acúmulo de sujeira; e

 

» Ficar atento a mudanças de comportamento e procurar atendimento em clínica veterinária, caso necessário.

 

Serviço Veterinário Público DF (Hvep)

Atendimento

Horário: 7h30 às 17h, de segunda a sexta-feira

Endereço: QNF, Parque Lago do Cortado, em Taguatinga Norte

Contato: (61) 99938-5316

Site para agendamento de exames: agenda.df.gov.br/

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postado em 04/02/2024 06:00 / atualizado em 04/02/2024 08:52
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