Cuidar da saúde vai além de ir ao médico e fazer uma bateria de exames frequentemente. Existem cuidados complementares que podem garantir uma melhor qualidade de vida. São as terapias alternativas que abordam a saúde de forma dimensional, trabalhando a mente e o corpo. Muitas pessoas não sabem, mas no Distrito Federal existem 17 dessas modalidades oferecidas pela Secretaria de Saúde (SES-DF), entre elas acupuntura, arteterapia, auriculoterapia, automassagem, fitoterapia, homeopatia, Yoga e tai chi chuan.
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O trabalho terapêutico é nomeado dentro da rede pública como Práticas Integrativas em Saúde (PIS), que estão disponíveis ao público em 30 regiões administrativas e em 87 Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Gerente da modalidade na secretaria, Cristian Silva considera esses tratamentos importantes para agregar mais saúde à população. O gestor ressalta que são usos que a população já adotava. "A diferença é que em uma UBS, o paciente vai encontrar orientação e segurança para desenvolver essas práticas como yoga, automassagem, e o uso medicinal de plantas. Tudo isso a população sempre utilizou. São políticas públicas indicadas pela OMS", relata.
Cristian explica que, com o tempo, começou a perceber que essas modalidades são uma estratégia em saúde. "Um paciente em grau leve de ansiedade consegue tratar com práticas integrativas para que não se agrave mais. Quando cuidamos do sofrimento mental da população, conseguimos bons resultados", observa Cristian. "Também temos avanços em casos, como de úlceras, inflamações, problemas osteomusculares e no enfrentamento de doenças crônicas, como a diabetes, que afeta grande parte da população", detalha o gestor destacando que em UBSs existem grupos que chegam a 100 pessoas por dia.
Vínculo
Na UBS 1, do Lago Norte, é possível praticar tai chi chuan, receber reiki, conhecer os efeitos da fitoterapia e de plantas medicinais, fazer yoga e outras práticas complementares à saúde. O médico e professor da unidade Marcos Trajano conta que "além de saúde, as terapias promovem vínculos por meio dos encontros entre as pessoas, gerando um fortalecimento das redes de apoio e de ajuda", observa. "As pessoas relatam o seus processos de melhoras, mesmo com doenças sem perspectiva de cura", constata.
Aos 86 anos, Janete Cardoso frequenta a unidade e impressiona a todos os colegas pelo bom desempenho físico e pela flexibilidade na yoga. "Eu gosto de ser uma pessoa ativa e isso aqui me completa. Quando não faço, sinto que falta alguma coisa, e ainda tem os amigos que a gente faz aqui. Tudo isso desocupa a cabeça dos pensamentos ruins", disse.
A dentista Jaqueline Pimentel é assídua nas aulas de yoga. Ela conta que após sofrer uma acidente passou por uma cirurgia, em que foi necessário colocar uma prótese na coluna. Com a perda de parte dos movimentos, a yoga é para a dentista um remédio. "Eu acordo e durmo com dor e essas práticas melhoram demais minha qualidade de vida. A posição em que trabalho no consultório dificulta ainda mais", detalha. "Eu também vi melhoras no meu sono e na minha postura", enumera.
Reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como medicinas tradicionais, complementares e integrativas (MTCI), as Práticas Interativas em Saúde são um conjunto de terapias baseadas em teorias e experiências de diferentes culturas.
No DF, essas práticas estão disponíveis nos formatos on-line e presencial. Mais informações, confira no site da Secretaria de Saude: https://www.saude.df.gov.br/praticas-integrativas-em-saude