Por Beatriz Mascarenhas* e Fernanda Cavalcante*
O corpo de Diana Faria Lima, de 37 anos, foi velado e sepultado na tarde desta terça-feira (16/1), no templo número 2, do Cemitério Jardim Metropolitano, no Valparaíso. Ela é a segunda vítima de feminicído deste ano no Distrito Federal, e foi brutalmente enforcada e agredida pelo companheiro na QNM 24 de Ceilândia Norte. Ela deixa dois filhos, um de 10 e outro de 18 anos.
Havia pouca movimentação no velório, que contava com oito pessoas presentes acompanhando o cortejo. A mãe da vítima Tânia Faria, não pode comparecer ao velório, devido a uma internação médica causada pelo recebimento da notícia, assim como as irmãs que permaneceram cuidando dela em um hospital de Fortaleza (CE), cidade natal da vítima.
A prima da Diana, Thayná Porto, 26 anos, mestranda de sociologia da Universidade de Brasília (UnB), afirma que a vítima havia reatado o relacionamento com o agressor semanas após sua saída da Casa da Mulher Brasileira, onde esteva residindo temporariamente no mês de outubro, devido a agressões do parceiro. "Em dezembro ela parecia muito bem, ela havia ido morar sozinha em um apartamento na Ceilândia, estava frequentando cultos em uma igreja evangélica, e cuidando da aparência. E acreditando na mudança do agressor, que depois foi morar com ela", detalha.
O Caso
O crime ocorreu por volta das 4h da madrugada da última segunda- feira (15/01), na QNM 24 de Ceilândia Norte. A polícia foi acionada por volta das 10h e, no local, as equipes encontraram Diana caída no chão do banheiro. Em seguida, o Corpo de Bombeiros esteve no local com duas viaturas e uma aeronave. No local, certificaram que a vítima estava com suspeita de traumatismo craniano, com sangramento nos ouvidos e parada cardiorrespiratória. Os socorristas tentaram reanimar Diana, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu.
O companheiro da vítima que havia fugido do local, Kelsen Oliveira de Macedo, 42, se apresentou na segunda-feira (15/1) à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 2 (DEAM 2), com a presença de um advogado, e confessou o crime.
Histórico
Diana registrou ao menos 11 ocorrências contra o companheiro por violência doméstica. A última foi em outubro de 2023, e em setembro, ela relatou que Kelsen tentou estrangulá-la. O processo no 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Ceilândia traz, também, que ele teria apertado os pulsos dela e passou a xingá-la de várias formas misóginas. Além disso, ele a ameaçou mostrando uma faca e fazendo uma ligação telefônica para um amigo, que, segundo ele, era traficante. Na conversa, Kelsen pediu para que o rapaz fosse ao local para matar a mulher e que não havia testemunhas na área.
O documento mostra também que Kelsen e Diana moravam juntos desde 20 de setembro de 2023, quando reataram o relacionamento, apesar dos requerimentos anteriores de Medidas Protetivas de Urgência.
Em outro processo, de março do ano passado, o suspeito manteve Diana em cárcere privado. Ela chegou a chamar uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ficou internada por dois dias em um hospital particular de Ceilândia Sul. Na época, Kelsen foi preso preventivamente pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 2 (Deam 2).
*Estagiárias sob a supervisão de Suzano Almeida
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