Saúde mental

Falta de efetivo impacta na saúde mental e física da Polícia Militar

Em entrevista cedida ao Correio em dezembro, o então comandante-geral e coronel Adão Teixeira de Macedo falou sobre o impacto da falta de efetivos na saúde mental dos policiais militares

Com deficit de efetivo desde 2014, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) lida com a sobrecarga física e mental dos policiais. Em entrevista ao Podcast do Correio, em dezembro, o então comandante-geral e coronel Adão Teixeira de Macedo falou sobre o decréscimo de pessoal vivido nos últimos anos pela corporação que, segundo ele, tem forte influência na saúde mental dos policiais.

Nos últimos 10 anos, o número de policiais na ativa caiu de 15 mil para 10,3 mil. Segundo a Lei 12.086, de 2009, quando a população do DF era em torno de 2,6 milhões de habitantes, definiu-se o quantitativo de 18 mil policiais, explicou o coronel. “A gente nunca conseguiu atingir isso, o máximo que conseguimos foi por volta de 15 mil. Hoje, estamos com um dos efetivos mais baixos, 10,3 mil. Isso se deve muito por conta de um período longo sem concursos”, contou Adão. Segundo o coronel, outro principal motivo da baixa no número de policiais na ativa é o ingresso na reserva, a aposentadoria militar. “A quantidade de policiais que se aposentam é superior à dos que ingressam”, apontou.

Segundo ele, a polícia tem tido apoio de clínicas e hospitais para o tratamento de policiais. “Hoje, a Polícia Militar tem clínicas credenciadas que atendem nessa parte de saúde mental e também hospitais conveniados que atendem a parte hospitalar. Temos uma quantidade considerável de policiais em acompanhamento, o que contribui para o deficit de policiais em condições de trabalho operacional”, detalhou. “A gente costuma dizer que lidamos com mazelas da sociedade e, sem força mental suficiente, a gente também acaba afligido por elas.”

No entanto, ainda há forte resistência por parte dos militares ao procurar ajuda. “Quando o policial está submetido a um tratamento de saúde mental, ele perde o porte de arma e não pode se voluntariar para serviço gratificado, que complementa sua renda. Assim, muitos policiais evitam procurar ajuda médica, porque sabe que, se for diagnosticado, ele não vai poder tirar o serviço operacional. Por isso, temos um grupo de trabalho, na nossa capelania, exatamente para resgatar esse policial com receio de sair da escala de serviço”, relatou.

Confira a entrevista completa com Adão Macedo aqui. 

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