CERRADO

Sítio das Neves ganha placa de Área de Servidão Ambiental Perpétua

Em uma comemoração informal, familiares, ecologistas e amigos de Eugênio Giovenardi prestaram homenagem no local da placa, e passearam pelo cerrado recuperado

O Sítio das Neves é agora o primeiro patrimônio natural perpétuo do Distrito Federal. Neste sábado (13/1), familiares, ecologistas e amigos de Eugênio Giovenardi, dono do sítio, se reuniram para celebrar o recebimento da placa oficial de Servidão Ambiental, prestar homenagens, e garantir a continuidade do trabalho de preservação do ambientalista.

Eugênio explica que o GDF autorizou a fixação da placa de sinalização da Área de Servidão Ambiental Perpétua em novembro de 2023, mas que, para ele, era essencial marcar uma data em que os cidadãos brasilienses pudessem reconhecer o trabalho de preservação ambiental. “O que está faltando aqui é um reconhecimento do cidadão. Como há um grupo de pessoas que se dedicam à preservação do cerrado, os convidei para celebrar as árvores — agora livres do fogo, do machado e da motosserra”, comemora.

O termo de compromisso de servidão ambiental foi homologado em agosto do ano passado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que estipula as normas de preservação da área. Para o dono do sítio, o caráter perpétuo do compromisso transcende a responsabilidade individual pela terra, e exige diálogo entre estado e população.

“É claro que somos finitos, portanto esse compromisso passa a ser do Estado para que se mantenha. O que estamos estudando é uma forma de organização que possa ter este diálogo permanente com as instituições”, sustenta Giovenardi. “Nós não somos mais proprietários, somos hóspedes, e estamos aqui para garantir a perpetuidade da vida das árvores.”

Localizado no km 26 da BR-060 sentido Goiânia, o terreno do sítio passa pelo Ribeirão das Lajes, no zona rural de Samambaia e contempla mais de 70,6 mil hectares de vegetação regenerada do cerrado. Quando a propriedade foi comprada em 1974, estava destruída “pelo fogo e o pastoreio indiscriminado”, segundo o ambientalista. Ao longo destes 50 anos, contudo, a área se tornou uma biocomunidade com duas nascentes perenes e floresta nativa regenerada.

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