Wesly Denny da Silva Melo, 29 anos, acusado de assassinar a ex-mulher no Gama foi preso na tarde desta quinta-feira (11/1) em uma operação conjunta entre as polícias militares do DF e de Goiás e a Polícia Civil. Segundo informações repassadas ao Correio, o acusado estava escondido em Santa Maria. Ainda nesta quinta, a Polícia Civil apreendeu o carro e a arma usados no feminicídio.
Wesly foi detido em Santa Maria pelos policiais militares do 26° Batalhão da PM e da Rotam de Goiás. Ainda não há informações sobre o local onde o assassino estava escondido. O assassino era considerado foragido após matar a tiros Taynara Kellen, 26 anos. A mulher foi morta em frente ao salão onde trabalhava, na Quadra 29 do Setor Leste do Gama, na tarde dessa quarta-feira (10/1).
O acusado de matar a ex tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e é filho de um policial militar aposentado. Na Justiça, acumula processos por ameaça, desacato, porte ilegal de arma, vias de fato e, inclusive, violência doméstica praticada contra outras mulheres. O homem trabalha como motorista de transporte por aplicativo e era de conhecimento de pessoas próximas que ele guardava armas em casa.
O crime
Há pelo menos cinco anos Taynara entrou para o ramo da beleza e se dedicou à especialidade de alongamento de cílios. Há dois, deixou de atender em casa e começou a trabalhar em um salão de beleza do Gama. Os resultados da lash designer eram sempre divulgados no perfil do Instagram, que contava com mais de 1 mil seguidores.
Em mais um dia de serviço, Taynara recebeu uma mensagem de uma cliente interessada no alongamento. Pelo WhatsApp, ela marcou o horário das 14h de ontem. No entanto, se tratava de Wesly disfarçado de cliente, revelaram as investigações. No horário agendado, Wesly enviou uma mensagem para Taynara dizendo estar perdido na região e sem conseguir encontrar o endereço do salão. “Ela saiu uma vez, não encontrou. Saiu a segunda e nada. Na terceira, ele fez ela dar a volta no quarteirão. Em todas essas vezes, ela saiu ao lado da filha dela”, contou, ao Correio, uma das clientes que estava no estabelecimento.
A cliente e também amiga pessoal de Taynara relata que a colega parecia sentir que havia algo de errado. “Na quarta vez que ela saiu para procurar essa tal cliente, ela trancou o salão. Parecia sentir algo.” Em questão de segundos, as funcionárias, clientes e a filha de Taynara, de 5 anos, ouviram um rojão de tiros. A cliente descreve o ocorrido como pavoroso. “Foram muitos, mais de 10, sem pausa. A única coisa que fiz foi correr com a criança (filha da vítima) para o banheiro e me trancar”, desabafou.
O assassinato de Taynara chegou a ser presenciado pela filha do casal. Mesmo trancada no banheiro, a criança disse: “Tia, eu vi meu pai. Ele deu 'pou pou' na minha mãe”. Taynara recebeu ao menos 16 disparos de arma de fogo. De acordo com as informações preliminares, Wesly chegou no local em um carro branco.
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