Crime

Polícia Civil suspeita que assassino de ex esteja armado com fuzil

Foragido por matar a ex-mulher no Gama, Wisly pode estar fortemente armado. O assassino é CAC e acumula processos como prática de violência doméstica contra outras mulheres

Documentos encontrados na casa de Wisly Denny da Silva, 29 anos, foragido por assassinar a ex-mulher, sugerem que ele esteja armado com um fuzil. As informações foram repassadas pelo delegado à frente do caso, William Ricardo, da 14ª Delegacia de Polícia (Gama). Na tarde desta quinta-feira (11/1), policiais civis apreenderam o carro e a arma utilizados no feminicídio.

Wesly tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e é filho de um policial militar aposentado. Na Justiça, acumula processos por ameaça, desacato, porte ilegal de arma, vias de fato e, inclusive, violência doméstica praticada contra outras mulheres. O homem trabalha como motorista de transporte por aplicativo e era de conhecimento de pessoas próximas que ele guardava armas em casa.

A informação é de que ele guardava ao menos três pistolas e um fuzil na residência. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou a foto de Wesly em posse do fuzil. Até a última atualização dessa reportagem, o homem não havia sido recapturado.

O crime

Há pelo menos cinco anos, Taynara entrou para o ramo da beleza e se dedicou à especialidade de alongamento de cílios. Há dois, deixou de atender em casa e começou a trabalhar em um salão de beleza no Gama. Os resultados da lash designer eram sempre divulgados no perfil do Instagram, que contava com mais de 1 mil seguidores.

Em mais um dia de serviço, Taynara recebeu uma mensagem de uma cliente interessada no alongamento. Pelo WhatsApp, ela marcou o horário das 14h de ontem. No entanto, as investigações revelaram que se tratava de Wesly disfarçado de cliente. No horário agendado, Wesly enviou uma mensagem para Taynara dizendo estar perdido na região e sem conseguir encontrar o endereço do salão. “Ela saiu uma vez, não encontrou. Saiu a segunda e nada. Na terceira, ele fez ela dar a volta no quarteirão. Em todas essas vezes, ela saiu ao lado da filha dela”, contou, ao Correio, uma das clientes que estava no estabelecimento.

A cliente e também amiga pessoal de Taynara relata que a colega parecia sentir que havia algo de errado. “Na quarta vez que ela saiu para procurar essa tal cliente, ela trancou o salão. Parecia sentir algo.” Em questão de segundos, as funcionárias, clientes e a filha de Taynara, de 5 anos, ouviram um rojão de tiros. A cliente descreve o ocorrido como pavoroso. “Foram muitos, mais de 10, sem pausa. A única coisa que fiz foi correr com a criança (filha da vítima) para o banheiro e me trancar”, desabafou.

O assassinato de Taynara chegou a ser presenciado pela filha do casal. Mesmo trancada no banheiro, a criança disse: “Tia, eu vi meu pai. Ele deu ‘pou pou’ na minha mãe”. Taynara recebeu ao menos 16 disparos de arma de fogo.

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