O Eixão do Lazer ganhou um caráter de manifestação neste domingo (7/1). Pessoas de Brasília e de regiões próximas se reuniram na altura da 208 Norte para uma manifestação pela democracia, organizada pela Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF). Cerca de 500 pessoas passaram pelo local e ouviram os discursos em defesa da democracia um ano após os atentados antidemocráticos aos prédios públicos de Brasília, ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
A maioria das pessoas se reuniu em torno de um palco onde figuras públicas como o deputado distrital Fábio Félix, o presidente do Iphan Leandro Grass, presidentes e representantes de partidos do DF discursavam lado a lado com lideranças sociais e da CUT. As falas giravam em torno das recordações da destruição do patrimônio público em 8 de janeiro do ano passado, assim como exaltações da importância do processo democráticos. O impeachment de Dilma em 2016 e as manifestações de junho de 2013 também foram abordados nos discursos.
Não houve gritos, discordâncias ou qualquer confusão durante a manifestação. Apenas um momento de comunhão entre pessoas que se conheciam na luta pela mesma causa. Bandeiras dos partidos PSB, PV, Rede, PT e PCdoB conviviam em harmonia, assim como representantes de movimentos como o Afronte e MST.
O microempresário Eriston Cartaxo, 60 anos, morador de Brasília há 30 anos, viu que a manifestação foi marcada por meio das redes sociais e decidiu tirar um tempo do domingo para participar. “Está bacana, acho importante vir e ouvir o que as pessoas têm para falar”, afirma.
O interesse mais participativo pela pauta veio do choque que teve com as imagens do dia 8 de janeiro de 2023. “O que aconteceu no ano passado nos fez refletir muito sobre a importância da democracia. Isso não pode se repetir”, pontua Eriston. Ele acredita que não só neste domingo, mas na segunda (8) também, é importante estar nas ruas na luta pela continuidade do processo democrático. “É preciso que todos venham às ruas, para que isso não se repita. A democracia é algo valoroso que a gente lutou e custou para conquistar. Não podemos perdê-la de uma hora para outra”.