Cerca de 30 mil pessoas compareceram à festa da virada, na Esplanada dos Ministérios, de acordo com a contagem da Policia Militar do Distrito Federal (PMDF). As boas vindas ao novo ano teve muita animação comandada por shows musicais e encontros de famílias e amigos em um dos principais pontos turísticos da capital federal.
Foi a primeira vez que a família Couto Mota prestigiou a tradicional festa, que voltou a ocorrer após três anos de hiatos, causados pela pandemia e pelo posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de 2023.
Hugo Mota, 34 anos, conta que a família chegou a Brasília em agosto de 2023 e que estão se acostumando a falta de mar na cidade. Eles são de Recife (PE). "Está sendo um ano de aprendizado, e a festa está ótima. Gostamos muito de Naiara Azevedo", diz o analista de logística, referindo-se a uma das atrações da noite, que se apresentou antes da meia noite.
Lívia Couto, 31, esposa de Hugo, considera 2023 como um ano desafiador, por ter que se adaptar a um novo clima e cultura diferente. "A festa foi tranquila. Em Recife costuma ser mais frenético", confessa a gerente de TI, que também afirmar querer permanecer na capital.
A filha do casal, Ana Luísa, 11 anos, é curta ao responder o que deseja para o ano novo. "Dinheiro", dispara a menina.
Também é a primeira vez do bancário Jaison Sousa Soares, 35, na virada da Esplanada. "Pensei que teríamos dificuldade de acesso, para achar vaga se estacionamento, mas foi bem organizado, a estrutura está boa. Superou as minhas expectativas", observa Soares, que foi à festa com a esposa e a filha de um ano e meio.
A servidora pública federal Socorro Chaves, 55 anos, que estava com marido, filha e o namorado dela também gostou da celebração. "Estou adorando. A festa está alegre, animada, segura e as pessoas estão tranquilas", aponta. A expectativa dela era para o show do Roupa Nova, que foi a atração do momento da virada, tocando hits que marcaram gerações.
Cristiano Varela, 42 anos, prestigiou a festa do camarote. Com ele, esposa, filhos, sobrinhos, vizinhos e amigos celebravam o início do novo ciclo. "É a minha primeira vez na festa da virada da Esplanada e tirou muito o mito de que é desorganizado. Acho que é a primeira vez que Brasília tem um palco com atrações para os brasilienses. Espero que se repita nos próximos anos", anseia o servidor público.
Ano novo
À meia noite, após a contagem regressiva comandada pelo Roupa Nova, o céu da Esplanada foi iluminado pelo fogos de artificio em um espetáculo que durou 20 minutos.
Gildimara Teles, 54 anos, veio de Pirapora (MG), só para ver o Roupa Nova. Ela não desgrudava da grade em frente ao palco. "O show está maravilhoso. Meu pé está doendo mas não saio daqui de jeito nenhum", diz a mineira.
Karolayne Rodrigues, 23 anos, estava muito emocionada. "Eu sou muito apaixonada por todos eles. Eu só queria uma foto com eles, pelo amor de Deus", suplicou.
Representantes do GDF
A vice-governadora Celina Leão estava na festa. Ela disse ao Correio que a intenção do governo é que a festa vire tradição do Distrito Federal. "O réveillon pode virar um ponto de destino turístico e gerar emprego e renda. Preparamos a festa com muito carinho para que a população tenha onde se divertir sem custo e celebrar a vida", declarou Leão.
O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF também esteve na festa da virada no centro da capital. Para ele, o evento superou as expectativas. "Trabalhamos com muito carinho e transparência o processo e contratação para a gente oferecer à Esplanada dos Ministérios algo que fique na memória do brasileiro como palco de celebração, de manifestação, em uma maneira republicana, dos valores da democracia", afirmou.
PMDF
A contagem de público da Polícia Militar ficou abaixo do esperado para o evento anteriormente. Eram esperadas 50 mil pessoas e a contagem da corporação ficou em 30 mil.
De acordo com a coordenação da Operação Réveillon na Esplanada, até cerca de 1h30 da manhã, os agentes tiveram que prender de dois suspeitos por furtos. Um foragido acusado de estupro foi capturado na Rodoviário do Plano Piloto.
Prainha
Outra festa tradicional de réveillon do DF é a que ocorre todos os anos na Praça dos Orixás, ao lado do Shopping Pier 21, à beira do Lago Paranoá. Lá, o público se encontra com populações de terreiros da capital, em uma mistura de festa e rituais sagrados das religiões de matriz africana. Débora Bezerra da Silva, 24 anos, foi uma das que compareceram à festa. "É tradição a gente vir para cá e sempre tem alguma novidade. Essa festa é importante para mostrar que a nossa religião é como qualquer outra. Chega de preconceito", diz frigorífica. Para o ano novo ela quer prosperidade, saúde, sabedoria e saúde.
Pai André de Logunedé observou que deu menos gente do que nos anos anteriores, mas que a queima de fogos superou as outras edições. "O que eu entendo é que o nosso ritual é sempre uma grande festa. A visão cristã vê como sagrado e profano, mas para a gente que é da religião de matriz africana, é tudo junto, tudo é sagrado, inclusive a diversão. Nós não temos pecado", diz o babalorixá, que deseja que os orixás tragam mais sabedoria para humanidade no ano que acaba de começar.
Policias que estavam no evento estimam que cerca de 10 mil pessoas passaram pelo réveillon da Prainha.
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