Homicídio

Pai sobre mãe de bebê morto no DF: "(Ela) não chegou nem perto do caixão"

Henry Sousa de Oliveira, de 1 ano e 9 meses, faleceu na manhã de 20 de janeiro. Laudo revelou inúmeras lesões na criança

Pai lamenta morte do filho -  (crédito: Arquivo pessoal)
Pai lamenta morte do filho - (crédito: Arquivo pessoal)

Gerson Darlan de Oliveira, 32 anos, é pai de Henry Sousa de Oliveira, de 1 ano e 9 meses. O bebê morreu por suspeita de agressão cometida pela mãe e pelo padrasto, em Planaltina. Em entrevista ao Correio, o auxiliar de serviços gerais detalhou o comportamento frio da ex ao questioná-la sobre o falecimento do menino. Lucimaria de Sousa Barbosa e o namorado, Wildemar de Carvalho Silva, foram presos na manhã desta quarta-feira (31/1) e respondem por homicídio doloso qualificado.

Dias antes do falecimento do filho, Gerson relata ter recebido de Lucimaria uma foto de Henry machucado. “Ele estava com o olho roxo. Eu perguntei, mas ela sempre dizia que era porque ele tinha caído”, contou.

Ao saber da morte do filho, o pai não teve dúvidas sobre um possível assassinato cometido pela ex. “Fui na casa do irmão dela logo depois do ocorrido e, quando perguntei, ela não me respondia nada. Ficava só de cabeça baixa e não olhava para mim. No velório, a mesma coisa. Não chegou nem perto do caixão do bebê”, detalhou Gerson.

O homem pede por Justiça. Quanto ao padrasto de Henry, Gerson diz não conhecê-lo. “Espero que os dois fiquem o resto da vida presos. O neném não volta mais, mas acredito na Justiça”, desabafou.

Laudo

Lucimaria e o namorado foram presos pelos investigadores da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina). Em depoimento inicial, a mãe do bebê disse que o filho havia sofrido apenas uma queda da cama há poucos dias e, por isso, o menino estaria com um hematoma no lado esquerdo da cabeça. Relatou, ainda, outras quedas sofridas por Henry enquanto caminhava ou corria.

Segundo as investigações, na noite de 19 de janeiro, Henry estava na casa do namorado da mãe, Wildemar de Carvalho Silva, na companhia do casal e de um filho de Wildemar, de 10 anos. Em depoimento, a mãe contou que, na manhã de 20 de janeiro, por volta de 5h40, ao ir trocar a fralda do filho, percebeu que ele estava frio. O Corpo de Bombeiros (CBMDF) esteve no local e constatou o óbito.

O laudo cadavérico constatou que a causa da morte foi por traumatismo craniano por ação contundente. O documento revelou ainda que o bebê apresentava equimoses em várias partes do corpo, escoriação, diversos hematomas internos e hemorragia em locais distintos, bem como cicatrizes no abdômen e na coxa, o que indica morte violenta.

O delegado à frente do caso, Brunno Oliveira, afirmou que as prisões temporárias são indispensáveis para a investigação, uma vez que será possível coletar novos depoimentos dos investigados, sem o risco dos suspeitos combinarem as versões. “Cabe ressaltar que se trata de uma prisão cautelar e que as investigações continuam com o sigilo e a prioridade exigidos pelo caso”, pontuou.

Lucimaria e o namorado podem responder pelo crime de homicídio doloso qualificado, com pena de 12 a 30 anos, com aumento de dois terços em razão da vítima ser menor de 14 anos e os possíveis autores serem ascendente e padrasto, de acordo com o delegado-chefe da unidade policial, Fabrício Augusto.

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postado em 31/01/2024 18:55 / atualizado em 20/02/2024 15:48
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