O segundo-sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) Andrey Suanno Butkewitsch responderá por tentativa de homicídio qualificado contra quatro pessoas. O militar está preso por ter atirado contra a cabeça de uma maquiadora do DF, após uma discussão em um bar localizado em Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, na madrugada deste domingo (28/1). A jovem, identificada como Jully da Gama Carvalho, está internada e segue estável.
Andrey teria ido ao bar acompanhado de um amigo, o advogado Sandro Fleury Batista. Segundo as investigações, o bombeiro estava na fila do estabelecimento para efetuar o pagamento e estaria olhando para Jully, o que incomodou o noivo da jovem. O homem, então, resolveu tirar satisfação com Andrey e os dois iniciaram uma luta corporal.
Vídeo obtido pelas câmeras do circuito interno de segurança do bar mostram o momento das agressões. Após o término da briga, Jully, o noivo e os outros dois amigos saíram e foram para o carro para seguirem até o local onde estavam hospedados. “O militar e um amigo foram ao veículo da vítima e o militar efetuou um disparo no carro. O companheiro da vítima só ouviu o barulho e não percebeu nada. No trajeto, percebeu que a vítima estava passando mal e ela chegou a vomitar no carro. Foi quando ele percebeu que a moça havia sido alvejada na parte posterior da região encefálica”, afirmou o delegado José Sena.
Veja o vídeo
Repúdio
Nas redes sociais, Andrey se intitula como farmacêutico esteta, químico industrial, professor de pós-graduação e terapeuta. Na Justiça, tem processos por inadimplência e por um crime de trânsito, em 2019.
Após o crime, o militar e o amigo foram encontrados em uma caminhonete, na mesma rua do estabelecimento. Na delegacia, Andrey confessou que houve a discussão e disse ter atirado na intenção de intimidar os envolvidos, mas não para atingir a vítima.
No entanto, a polícia entendeu que houve, sim, a tentativa de ferir não só Jully, mas os outros três passageiros do veículo. Por causa disso, o bombeiro será indiciado por homicídio qualificado tentado contra as quatro vítimas. “Vamos angariar mais elementos e coletar imagens de monitoramento para saber se houve perseguição por parte do bombeiro contra as vítimas”.
O Correio apurou que o amigo do bombeiro também foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Em nota, o CBMDF informou que tomou conhecimento do caso e que os fatos são apurados. “Se confirmada autoria e materialidade, a Corregedoria irá adotar as providências internas que o caso requer. Reiteramos ainda que o CBMDF não compactua com condutas delituosas de qualquer natureza e primamos pela conduta ilibada e exemplar da tropa, que são pautadas pelos regulamentos e pilares que norteiam a Corporação.”
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