A má gestão do lixo impacta o meio ambiente, pois a produção de gás metano nos resíduos impulsiona o efeito estufa. Segundo o engenheiro ambiental Ramon Baptista, que é especialista em gestão de resíduos sólidos do Aterro Ouro Verde, o descarte inadequado contribui consideravelmente para o aumento da temperatura global.
“Ele possui um potencial de aquecimento global cerca de 25% maior do que o dióxido de carbono. Se ocorre um manejo e descarte inadequados, o processo decomposição vai provocar o aumento da emissão desses gases e contribuir para o aquecimento global”, explica Ramon.
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Segundo o engenheiro, outro impacto do descarte incorreto é sentido diretamente pela população no período chuvoso. “Esse lixo pode ser levado pela chuva e poluir mananciais que abastecem a população e também pode provocar a obstrução de bueiros e gerar alagamentos e a proliferação de doenças”, ressalta.
A má gestão também impacta os cofres públicos. Por mês, o governo do Distrito Federal desembolsa quase R$ 4 milhões para recolher apenas os materiais de construção civil descartados em locais irregulares na capital. “Gastamos esse valor para recolher o descarte irregular de construção civil, seja com o trabalho manual ou mecanizado. É um crime ambiental, mas que o SLU sempre limpa. Estamos gastando os nossos recursos para essas atividades que vêm na conduta indevida do cidadão”, frisa a chefe de Medição e Monitoramento do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Andréa Almeida.
Quando o resíduo é bem selecionado e tratado da forma correta, os impactos gerados são menores. Para Ramon, a tendência é que a população e as empresas invistam mais nos cuidados com a separação do lixo. “Está cada vez mais comum o desenvolvimento de atividades para se ter o melhor reaproveitamento do resíduo, que vai além da reciclagem, por exemplo, para a produção de combustíveis derivados de resíduos e produção de energia através de resíduos”, comenta o engenheiro.
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