Entrevista/André Bon, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica

DF está sob risco de epidemia de dengue

Ao CB.Saúde, o infectologista André Bon alerta que o número de infecções já é superior a 115%, em relação ao ano passado

Segundo o infectologista, André Bon, o aumento de casos de dengue este ano é maior que 115%, em relação ao ano passado.  -  (crédito:  Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
Segundo o infectologista, André Bon, o aumento de casos de dengue este ano é maior que 115%, em relação ao ano passado. - (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)

Número de casos de pessoas infectadas por dengue tem um crescimento maior que 115% no Distrito Federal (DF), entre dezembro e janeiro. O médico André Bon, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica, fez o alerta durante o programa CB.Saúde — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quinta-feira (11/1). À jornalista Carmem Souza, o especialista destaca que no mês passado, em um hospital brasiliense, houve 570 casos da doença e, nos primeiros nove dias deste ano, já foram cerca de 370, na mesma instituição de saúde.

Devido ao crescimento no número de casos, André avalia que é possível imaginar uma epidemia de dengue em Brasília, mas que, para ter certeza é necessário analisar as curvas epidemiológicas. “Fato é que estamos diante de um aumento significativo de casos, chamando a atenção nos pronto-socorros”, pontua.

O infectologista destaca os problemas que as pessoas podem ter se infectarem pela pela  segunda vez. “Há uma maior chance de contrair as formas mais graves, por exemplo, a dengue hemorrágica. Todos devem ficar muito atentos aos sintomas e sinais de alarme e também às formas de prevenção da doença”, descreve. “Uma medida muito interessante e muito negligenciada no Brasil é a utilização de repelentes para evitar o contato com o mosquito (Aedes Egypti)”, acrescenta.

Uma vacina contra a dengue deve ser disponibilizada para uma parcela da população já no mês de fevereiro. O especialista conta que ela foi desenvolvida para proteger todos os sorotipos da doença, com eficácia maior nos soropositivos 1 e 2. “A vacina requer duas doses separadas por três meses. Por esse motivo, não esperamos uma eficácia imediata em relação ao número de casos”, conclui.

*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado

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postado em 11/01/2024 20:53 / atualizado em 11/01/2024 20:55
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