Os dois presos acusados de assassinar o policial penal de Goiás José Françualdo Leite Nóbrega, 36 anos, tiveram a prisão preventiva convertida pela Justiça e estão detidos na Unidade Prisional de Corumbá de Goiás, separados do restante dos carcerários. Manelito de Lima Júnior e Daniel Amorim Rosa foram presos nesse sábado (6/1) e, na delegacia, confessaram o homicídio.
A advogada Tereza Jacinto, que representa a defesa dos acusados, informou ao Correio que ainda não pode se manifestar, pois não teve acesso ao inquérito policial. A reportagem apurou que Manelito e Daniel estão em celas separadas e, por segurança, estão sem contato com os outros presos.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) requereu na Justiça a prisão de outras três pessoas: Deivid Amorim Rosa, irmão de Daniel, Marinalda Mendes, esposa de Manelito, e Felipe Nascimento, também funcionário de Françualdo. Os três teriam ajudado na ocultação de cadáver e na queima do veículo da vítima. Felipe e Daniel seriam os responsáveis por levar o corpo até o ponto de desova, em uma área rural de Cocalzinho de Goiás.
Dinâmica
Ao ser preso, na noite de sábado, Minelito, apontado como o mentor do crime, contou detalhes à polícia. Na noite de 27 de novembro do ano passado, Françualdo convocou uma reunião em casa, em Águas Lindas, para tratar de questões financeiras da empresa da qual era dono, uma loja de aluguel de maquinários para construção. Os encontros eram de praxe, ocorriam todo final do mês e só participavam os funcionários mais próximos e de confiança.
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Braço-direito de Françualdo, o Manelito era o responsável por todo o controle financeiro da empresa. A família da vítima conta que a auditoria que se realizaria em 27 de novembro trataria sobre um suposto desvio de dinheiro. “Meu irmão desconfiou que os funcionários estavam roubando. A gente acredita que eles souberam da desconfiança e decidiram matá-lo”, contou José Wagner, um dos irmãos do policial.
Antes mesmo da reunião começar, Françualdo foi surpreendido e assassinado covardemente, com um tiro nas costas e três no peito, no sobrado de casa. Um dia depois do crime, os assassinos levaram a caminhonete de Françualdo até uma estrada de chão, no Paranoá, e queimaram o veículo. Dias depois, “plantaram” o boné do policial com a logo do sistema prisional em um córrego de Planaltina. A intenção era despistar a polícia.
Os funcionários continuaram a trabalhar normalmente após o crime. O irmão relata que, enquanto familiares e amigos faziam buscas, os três ficaram indiferentes com a situação e diziam a todo momento que Françualdo estava vivo. A polícia chegou ao encalço dos assassinos após quebra de sigilo. Na delegacia, Manelito confessou o crime e disse ter matado o amigo em momento de ira, pois Françualdo seria uma pessoa nervosa, que o humilhava.
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