Conhecido popularmente por ser o dia em que são retiradas as decorações natalinas, neste sábado (6/1) celebra-se o Dia de Reis. De acordo com a tradição, foi nesse dia que os três reis magos, — Baltazar, Gaspar e Melchior —, guiados por uma estrela encontraram o menino Jesus e entregaram presentes, revelando seu nascimento ao mundo.
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Frei Livino, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Ceilândia, destaca que, para o catolicismo, a data é uma solenidade. "O Dia de Reis celebra a manifestação de Jesus a todos os povos da Terra, por meio dos três reis magos, e a salvação que Cristo veio trazer à humanidade", explica.
E em razão do tempo litúrgico do Natal encerrado, ocorre a retirada dos presépios e das árvores. O vice-reitor do seminário Nossa Senhora de Fátima, Padre Xavier, conta que também é comum no Dia de Reis os fiéis pedirem a visita de um padre para abençoar a casa ou aspergir nelas água benta em sinal do acolhimento de Jesus.
Xavier observa que é uma ocasião de festa e também de reflexão sobre as dificuldades vividas pelos magos para chegarem até Jesus. "Celebramos a forma discreta que a salvação vem ao nosso encontro. Na humildade de um recém-nascido, esconde-se a grandeza infinita de Deus", analisa.
Folia
Apesar de não ser feriado, é um dia repleto de comemorações, como a tradicional Folia de Reis, na qual um grupo sai visitando casas, tocando e cantando sobre o nascimento de Jesus e o encontro com os três reis. Em troca, as pessoas podem oferecer alimento e bebida.
No Distrito Federal, uma das regiões que vai receber o festejo é o Lago Oeste. O cantador Raimundo Correia, de 50 anos, relembra que neste sábado (6/1), das 8h às 22h, um grupo de foliões vai rodar nas ruas da localidade em ritmo animado. "Tem mais de 10 anos que fazemos, vamos parando nas casas, fazendo orações, lanchando. É sempre muito divertido e os moradores gostam bastante", diz o cantador.
Participando da 38º edição da Folia de Reis de Planaltina, que é tradicional no DF, Henrique Pedrozo, 24, enfatiza que a celebração começou em 2 de janeiro e se encerra neste sábado. "Começamos às 7h30 da manhã e só paramos às 22h30. As casas nas quais passamos são pré-estabelecidas e é feito um cronograma para os foliões que querem acompanhar o giro", detalha.
Na hora do almoço, os integrantes do grupo ficam um pouco mais em uma das residências, fazem orações, alimentam-se e agradecem pela hospitalidade. Em seguida, seguem com o festejo até o horário do pouso — momento em que lancham, à tarde. Depois, continuam até o anoitecer, onde param novamente para o jantar. "É muito prazeroso, o pessoal gosta e todo mundo se envolve quando vê a folia chegando", salienta Henrique, que entra na Folia de Reis desde que se entende por gente. "A tradição veio do meu bisavô, passou para os meus avós e pais. E, hoje, os meus sobrinhos também participam da folia. Tem um significado afetivo", conclui.
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