Quando termina um ano, é natural se fazer o balanço de tudo o que aconteceu, entre conquistas, desafios, alegrias e tristezas. Para alguns cidadãos e cidadãs brasilienses, 2023 foi um período especial, em que ganharam destaque e reconhecimento em suas áreas de atuação. O Correio conversou com cinco dessas personalidades da capital federal sobre os êxitos alcançados, além de revelar quais são os planos que eles e elas traçaram para serem realizados em 2024, nas redes sociais, na luta pela igualdade de gênero, na cozinha, no esporte ou na segurança pública.
Bárbara Frazão
Mãe, cozinheira, empreendedora e professora do ensino superior. Bárbara Frazão, 31, teve seu esforço reconhecido ao se consagrar a campeã da quinta edição do MasterChef Profissionais, em novembro. A chef brasiliense, que comanda o restaurante Afeto, contou ao Correio que, ao mesmo tempo que a vitória no programa de tevê muda muito a vida, tudo continua sendo feito do mesmo jeito. "Sempre com muita responsabilidade, carinho e foco", garantiu.
Para Babi, como é conhecida na capital, o que mudou após a aparição premiada em rede nacional foi a maior projeção de seu trabalho. "O Masterchef foi potencializador de alcance do restaurante, trouxe visibilidade para o que eu desenvolvo. O programa reflete o que a gente é e o que quer passar, e as pessoas abraçaram isso", acrescentou. Bárbara conta que o espaço, localizado no Quituart (Lago Norte), ficou pequeno para quem deseja conhecer o sabor dos pratos preparados pela chef campeã. "É uma exposição positiva do que venho fazendo há anos: comida boa, ingredientes de qualidade, cuidados nos processos", avaliou.
Para este ano, a brasiliense avisa que não pretende mudar o restaurante de lugar, mas não descarta a ideia de expansão. "Existem propostas e pedidos, mas eu pretendo continuar fazendo bem o que sempre fiz. Bárbara Frazão é uma marca que trabalha com digital, então quero deixar as mídias sociais mais firmes e também fortalecer o lado acadêmico. Uma meta que tenho é a de lançar um livro, mas não sei ainda se em 2024. Gostaria muito de realizar esse projeto", finalizou.
Endrick
Com apenas 17 anos, o atacante Endrick Felipe Moreira de Sousa foi um dos destaques do Palmeiras na conquista do título do Campeonato Brasileiro deste ano. Nascido em Taguatinga, o atleta foi também uma das revelações da temporada profissional na Série A. Em todo o ano, foram 17 os gols de Endrick pela equipe alviverde. Um deles foi marcado na vitória histórica do Palmeiras em cima do Botafogo por 4 a 3 no Nilton Santos, rendendo o prêmio de gol mais bonito do Brasileirão.
Talentoso e de poucas palavras, o prodígio candango resumiu ao Correio o período. "Claro que tivemos altos e baixos para o nosso time. Tivemos algumas desclassificações, mas nós não baixamos a cabeça e seguimos em frente. Jogamos e, graças a Deus, conseguimos vencer alguns campeonatos", recordou o atacante, sobre a temporada no futebol nacional.
Mesmo com a pouca idade, Endrick se tornou um dos principais nomes do Verdão na arrancada no campeonato de pontos corridos deste ano, sendo convocado para a Seleção Brasileira principal e para a seleção pré-olímpica. Já vendido para o time espanhol Real Madrid, o jovem atleta ainda atuará pelo Palmeiras neste primeiro semestre. "Vamos agora para o próximo ano e, se Deus quiser, vem a Supercopa e o Paulista. O que a gente busca também é deixar a torcida feliz e fazer um bom desempenho", almeja o jogador. Sobre o futuro na Europa, o esportista é sucinto. "Não sei se estarei vivo amanhã, então prefiro viver um dia de cada vez. O futuro a Deus pertence", concluiu.
Rodrigo Góes
O influenciador digital Rodrigo Góes, 37, começou a perceber a dimensão do sucesso nas redes sociais quando viu internautas imitando seus bordões nas redes sociais e personalidades interagindo com o seu conteúdo, como é o caso da potência virtual Casemiro Miguel (conhecido como Cazé). A explosão ocorreu em julho de 2023 e, de lá para cá, o perfil @rodrigoamgoes tem desfrutado uma impressionante ascensão no meio virtual.
O brasiliense ficou popular ao avaliar o corpo de alguns famosos no quadro Natty ou Fake Natty, em que decreta — usando um martelo de juiz — se as personalidades alcançaram o shape dos sonhos utilizando alguma substância, como anabolizantes. No entanto, os conteúdos de Góes não tem alcançado apenas o universo fitness, tornando-se conhecidos por outros públicos também. "Acredito que seja por conta da minha linguagem única e amistosa, sem xingamentos, sempre com mensagem de paz e amor, positiva e de incentivo ao esporte sem o uso do suco", disse o influencer ao Correio, referindo-se aos anabolizantes. Hoje, só no Instagram, Rodrigo já tem 1,7 milhão de seguidores. Ele também acumula 1,4 milhão de fãs no TikTok e 1,18 milhão de assinantes no seu canal no YouTube.
O estouro na internet foi tamanho que ele se viu obrigado a fechar a clínica de nutrição que tocava junto com a esposa Bárbara Maltez, em agosto, por falta de tempo para conciliar a carreira de nutricionista clínico e influencer. "Em 2024, quero focar na produção, expandir cada vez mais. O céu é o limite. Quem sabe eu apareço em uma novela", revelou Rodrigo, que diz ter vontade de desenvolver sua veia artística, já que se sente em casa em frente às câmeras.
Um dos marcos da carreira de Rodrigo Góes foi quando o perfil do time de futebol inglês Manchester City, que tem mais de 50 milhões de seguidores, legendou uma de suas publicações com um dos bordões do influencer brasiliense. Também já teve aparições na Globo e no SBT. "Esse 2023 foi uma loucura, nunca imaginei que aconteceria isso comigo. Só gratidão", finalizou.
Cristina Tubino
Nos dois primeiros dias de 2023, dois feminicídios foram cometidos no Distrito Federal. Até 13 de fevereiro, outros quatro casos desse crime bárbaro foram confirmados. A partir daí, iniciou-se uma sucessão de ocorrências, que culminou com o alarmante recorde de 33 casos em um período de 12 meses — o dobro do registrado no ano anterior. A sociedade, então, começou a se conscientizar da importância da prevenção e do combate a esse tipo de crime e um dos nomes ativos nessa luta é o da advogada Cristina Tubino, que atua há pelo menos duas décadas na defesa de gênero da mulher.
No ano passado, a ativista foi presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica Familiar contra a Mulher na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e se dedicou ao trabalho de sensibilização para que a comunidade mude as formas de ver e proteger a mulher. "O feminicídio é o caso extremo da violência, mas, para a gente chegar a ele, muitas coisas já aconteceram. Então é absolutamente necessário que a gente mude a forma de combater essa cultura, de uma forma mais efetiva, mais dura, mais firme. Para evitar que essas mulheres acabem morrendo ou porque estão numa relação afetiva de pessoas que não aceitam o encerramento dessas relações ou por serem simplesmente mulheres", destacou Cristina ao Correio.
Atualmente trabalhando como assessora no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tubino não deixa a luta contra a violência doméstica de lado. "Eu espero para 2024, de fato, um tratamento diferente para as mulheres, porque não basta que a gente tenha leis ótimas. A gente precisa de fato que elas sejam aplicadas na prática", defendeu.
Delegado Ricardo Viana
No começo de janeiro de 2023, a morte de 10 pessoas de uma família entrou no rol dos crimes mais hediondos do país. Ao longo de 13 dias, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) localizou os corpos das vítimas da maior chacina do DF. Em um tempo recorde, o caso foi solucionado. À frente das investigações, o então delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Ricardo Viana, falou sobre a condução das investigações. "Quando se é policial, é comum no decorrer do tempo citar a máxima: 'Já vi de tudo!'. Era 13 de janeiro e Brasília sangrava em decorrência dos atos antidemocráticos e, de repente, 10 pessoas desaparecidas, posteriormente encontradas queimadas, esquartejadas e decapitadas. A maior chacina familiar do Brasil", detalhou o policial ao Correio.
Atualmente na chefia da 35ª DP (Sobradinho 2), Viana classificou a investigação como complexa. "Uma das maiores investigações da PCDF, que me trouxe o sentimento de gratidão e orgulho de ter liderado uma grande equipe, a qual foi capaz de transpor os maiores obstáculos para apurar os mais odiosos e hediondos crimes já vistos pela nação brasileira", observou.
Profissionalmente, o investigador se diz honrado, mas não feliz. "Nos deparamos com o pior vício da humanidade, a ganância. Foram 28 anos de atividade policial e, após esse evento, assimilei sensíveis transformações na esfera policial, pessoal e espiritual. Quando tudo começou, questionei: por que conosco? Quando terminou, entendi que era uma missão. Nossos eternos sentimentos à família Belchior", enfatizou o delegado, que deseja para 2024 um ano de luz, esperança, fraternidade, mais resiliência, empatia e fraternidade aos brasilienses.
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