A 26ª edição da Pesquisa de Rodovias, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), analisou, em novembro, as condições da infraestrutura rodoviária no Brasil, considerando critérios como pavimento, sinalização, visibilidade, acostamento e estado das pontes. O levantamento apontou que 54,4% da malha rodoviária pavimentada do Distrito Federal apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Para quem planeja pegar a estrada neste fim de ano, vale redobrar os cuidados.
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Segundo o especialista em trânsito Wellington Matos, a maior preocupação durante esses trajetos é com relação às BRs, que demandam mais trabalho de manutenção, apresentando buracos, falta de sinalização e trechos em más condições. Dessa forma, exigem maior atenção do condutor.
"Dentro do DF, as rodovias possuem condições melhores e são seguras. O pavimento com remendos, buracos e rachaduras já está sendo reformado. Além disso, muitas subidas já têm a terceira via, facilitando o deslocamento de veículos pesados", detalhou.
Sinalização pouco visível, placas desgastadas e mato próximo às pistas indicam falta de manutenção das vias, demandando atenção redobrada. Já nas estradas com pinturas, sinalização e grama bem cuidadas, pode-se viajar com mais tranquilidade. "Lembrando que desrespeitar a velocidade das vias é o principal fator que resulta em acidentes graves", alertou Wellington.
Fiscalização
O chefe do núcleo de segurança viária da Polícia Rodoviária Federal/DF, Jonathan Nicolau, reforça que manter a velocidade ideal das vias evita muitas dores de cabeça no trânsito. "A BR-20 e a BR-070, por exemplo, apresentam quantidades elevadas de acidentes, em vista da alta velocidade em que transitam os condutores", explicou.
Prevenir acidentes e viajar com tranquilidade depende, também, do conhecimento sobre as vias. "No caso da BR-040, que leva aos estados do Sudeste, há um grande contingente de veículos e as principais colisões ocorrem com motos. Já a BR-060, que corta cidades de Goiás, e a BR-251, que leva a Unaí (MG), possuem ótimas vias", afirmou o chefe do núcleo de segurança viária.
Na madrugada de hoje (29/12), a PRF iniciou a Operação Ano Novo, que vai intensificar as fiscalizações nas rodovias que cortam o Distrito Federal e o Entorno. As ações seguem até as 23h59 da segunda-feira (1) e fazem parte da Operação Rodovida 23/24, que tem o objetivo de promover a segurança viária.
Com base em análises estatísticas, busca-se direcionar o efetivo operacional de maneira mais eficiente, buscando a redução da violência no trânsito e o combate à criminalidade. Entre as principais ações para a prevenção de acidentes, destacam-se o enfrentamento à embriaguez ao volante, as fiscalizações de ultrapassagens proibidas, do excesso de velocidade, do uso do cinto de segurança por motoristas e passageiros, do emprego adequado dos dispositivos de retenção para crianças, do uso do capacete por motociclistas e do uso de telefone celular durante a direção veicular.
Prevenção
Além dos cuidados com a manutenção do veículo, é necessário que se faça uma boa programação para a viagem, sobretudo nos casos de trajetos mais longos. É importante prever alguma parada, a fim de evitar a fadiga, uma vez que a condução veicular requer atenção. O condutor também deve se familiarizar com o trajeto, ciente das possibilidades de intempéries da natureza em algumas regiões, por exemplo.
Naturalmente é necessário reforçar o uso dos equipamentos de segurança e o respeito aos limites de velocidade e demais regras de trânsito. É fundamental ainda que o condutor se lembre de que o contexto rodoviário tem limites de velocidade superiores ao contexto urbano, além do trânsito de veículos pesados.
Outro ponto a se destacar é a heterogeneidade dos trechos, alguns mais ou menos conservados, alguns com pontos críticos. Por fim, vale lembrar a questão da sazonalidade, com maior fluxo de veículos, e todos desejam chegar a seu destino. Mas a responsabilidade por um trânsito seguro é de todos.
Por parte da ação estatal, é importante destacar o papel da fiscalização no que diz respeito ao transporte de cargas e transporte rodoviário de passageiros, verificando as condições dos veículos e dos motoristas profissionais, nesse último caso, inibindo, por exemplo, a operação clandestina.
Adriana Modesto, doutora em transportes pela Universidade de Brasília (UnB)