Diante do aumento no número de feminicídios no Distrito Federal, o Levante Feminista contra o Feminicídio promove, nesta quinta-feira (28/12), protesto na Rodoviária do Plano Piloto. O ato está marcado para começar às 17h, próximo ao semáforo do lado oeste do terminal. A rede de mulheres que compõe o grupo à frente da manifestação preparou um manifesto que será lido na ocasião e também distribuirá panfletos com informações úteis para ajudar as vítimas de violência a se protegerem.
"Desde janeiro deste ano nós havíamos feito a previsão de que aumentaria o número de mulheres mortas no Distrito Federal, tendo em vista que o que a gente está vendo é um reflexo dos últimos anos, do empoderamento do machismo, somado a uma sociedade muito mais armada", avalia Rita Andrade, integrante do Levante Feminista.
O número de casos de feminicídio registrados este ano dobrou em comparação a 2023. "Nós falamos, lá atrás, que todo esse ódio e o empoderamtno dessa postura misógina, do ódio contra a mulher, ia reverberar; e que nós, mulheres, é que, ao fim e ao cabo, estaríamos pagando com as nossas vidas."
Ela lembra que a rede, composta por diversos movimentos sociais, partidos e organizações da sociedade civil, foi criada há mais de dois anos, em razão da necessidade de chamar a atenção do poder público para a questão da violência contra a mulher. "Não podemos permitir o que estamos vivendo no Distrito Federal. Não podemos permitir a omissão", atesta Rita. "O feminicídio é um crime anunciado. Uma mulher quando é morta pelo simples fato de ser melhor ela vem denunciando ou sinalizando uma série de violências que ela vem sofrendo no seu dia a dia. E é fundamental que as medidas protetivas sejam de fato eficientes."
A ativista reforça a necessidade de o Estado olhar para a questão como um problema social, e não como uma problema doméstico. "Exige, portanto, políticas públicas de combate e de prevenção antes de tudo: precisamos prevenir que mulheres sejam mortas simplesmente pelo fato de serem mulheres e por dizerem não à violência." Rita destaca ainda que essas políticas precisam ter impacto a curto, médio e longo prazos e devem ser transversais, ou seja, abarcar setores como saúde, educação e cultura.
Serviço
- Protesto contra o feminicídio - Levante Feminista contra o Feminicídio
- Quinta-feira (28/12), às 17h
- Rodoviária do Plano Piloto