Condenação

Justiça do DF condena a mais de 150 anos de prisão assassinos de empreiteiro

Daniel Carvalho da Silva desapareceu em outubro do ano passado. Três pessoas participaram do crime

A Vara Criminal de Samambaia condenou os envolvidos pelo sequestro, morte e sumiço do corpo do empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, 31, desaparecido em outubro de 2022, quando saía de uma igreja em Ceilândia. Juntos, os criminosos Rinaldo Márcio de Oliveira, Benevaldo Barbosa Novais e seu irmão, Édson Barbosa, receberam uma pena que ultrapassa os 150 anos de prisão. A condenação deverá ser cumprida em regime fechado.

Os detalhes do sequestro de Daniel foram revelados em primeira mão pelo Correio. Na noite de 26 de outubro do ano passado, Daniel, morador de Samambaia, saiu de casa para ir até o Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes, na Ceilândia. De lá, ele tinha marcado um encontro com a ex-companheira. No entanto, ao sair da igreja, o empreiteiro foi abordado por, ao menos, duas pessoas que estavam em outro carro.

Material cedido ao Correio -
Redes Sociais/Reprodução -
Redes sociais -
Arquivo pessoal -
Arquivo pessoal -

Dias após o desaparecimento de Daniel, a Polícia Civil descobriu os detalhes do sumiço do empreiteiro. As investigações revelaram que Rinaldo, Benevaldo e Edson tramaram todo o crime, além assassinar e ocultar o corpo do empreiteiro.

Julgamento


A sentença foi proferida nesta terça-feira (19/12) pelo juiz Joel Rodrigues Chaves Neto. Na decisão, o juiz detalhou, com base na denúncia do Ministério Público, o passo a passo dos criminosos. Consta que, na noite do desaparecimento, Daniel estava em uma picape e foi até à igreja. Na saída, por volta de 21h30, ele teria enviado uma mensagem para a ex dizendo que havia batido o carro, mas sem inviabilizar o uso do automóvel. As investigações constataram que esse veículo de Daniel circulou, na mesma noite, pela BR-070, acessou a DF-180 e seguiu para o estacionamento de um supermercado no Novo Gama (GO).

Entre 26 e 28 de outubro, de acordo com a Polícia, os denunciados agrediram e mantiveram Daniel em cativeiro. E o obrigaram a fornecer senhas bancárias e as dos cartões de crédito. A polícia identificou transferências de valores feitos a partir da conta da vítima às de outras pessoas. A maior delas foi no valor de R$ 5 mil, uma das várias transações que "zeraram" os R$ 120 mil que o empreiteiro tinha no banco.

Em 31 de outubro daquele ano, Benevaldo retirou praticamente todos os móveis da casa de Daniel e fez uma mudança de Samambaia para uma residência em Goiás. Até um motorista de caminhão de frete foi contratado para o transporte dos bens como forma de dar veracidade ao esquema montado: fazer os parentes de Daniel acreditarem que a vítima queria ir embora da região aparentemente motivado por supostas dívidas que teria com agiotas, o que se mostrou falso.

Algumas peças do mobiliário de Daniel foram encontradas na casa de Rinaldo. E sua esposa chegou a ser presa por receptação na época, mas ela acabou liberada.

Benevaldo foi condenado a 50 anos e 6 meses de prisão. Ele deverá cumprir a pena em regime fechado. Rinaldo recebeu 54 anos e 1 mês de prisão e Edson, irmão de Benevaldo, 50 anos e 6 meses de prisão.

Ao Correio, o advogado André da Mata, que representa Edson e Benevaldo, afirmou que não há provas de que os réus furtaram ou roubaram nada da vítima. “Não foi identificada nenhuma transferência de dinheiro para a conta do Benevaldo nem para a do Edson. As imagens que mostram a (picape) Amarok são do Rinaldo conduzindo o veículo”, afirmou.

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