AGRESSÃO

Mãe agredida por sargento do CBMDF ao defender o filho vai pedir medida protetiva

Caso ocorreu em Taguatinga, quando o militar teria enforcado a vítima após chamar o filho dela de ‘viadinho’

Vítima de agressão após ter o filho chamado de “viadinho” e “mimado”, mãe afirma que entrou com pedido de medida protetiva contra sargento do Corpo Militar de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF). O caso ocorreu na última quinta-feira (14/12) em Taguatinga. Na ocasião, Simone Ferreira Saraiva recebeu uma ligação do filho, que afirmou que o militar queria falar com ela. Em seguida, o homem teria feito comentários preconceituosos contra o filho e o sobrinho dela, que jogavam futebol na quadra do prédio, dizendo que a brincadeira era “coisa de homem”.

Simone conta que respondeu o acusado e, logo em seguida, foi imobilizada e jogada contra a grade da quadra. “Falei bem assim: 'o meu filho não é mimado, eu sei da criação que eu dei para ele. Se o seu filho é, problema seu, o meu eu sei que não é'. Quando eu falei isso, ele já torceu meu braço para trás e já grudou no meu pescoço, não deu tempo de eu fazer nada”, relata.

Segundo a vítima, o advogado entrou com pedido de medida protetiva. “Ele tem porte de arma, um cara descontrolado desse pode fazer mal a qualquer um aqui embaixo”, alegou. Ela também relatou que o homem já esteve envolvido em outros casos de agressão.

Arquivo Pessoal -
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O CBMDF declarou que foi informado sobre o caso e abriu investigação interna para apurar a conduta do sargento. “Reforçamos que somos totalmente contrários a condutas em desalinho com a legislação e que venham a ferir os preceitos da ética, moral e bons costumes”, destacou o órgão.

O deputado distrital Fábio Felix, presidente da Comissão de defesa dos direitos humanos, cidadania, ética e decoro parlamentar, afirmou que vai atuar para que o caso seja investigado também como crime de homotransfobia. Na tarde desta segunda-feira (18/12), a Comissão emitiu um ofício para a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), onde pede apuração e acompanhamento do caso.

Segundo a equipe do parlamentar, também foram acionados a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e o Núcleo de Direitos Humanos do Ministério Público.

Ocorrência

O caso foi registrado pela 17ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga, como lesão corporal em flagrante. Dois moradores testemunharam a agressão, que só cessou quando um deles interveio. Os quatro foram encaminhados à DP, onde prestaram depoimento. Segundo os relatos, Simone já estava sem ar quando foi socorrida.

Na versão dada à polícia, o agressor negou ter chamado o filho da vítima de "viadinho" e disse que a mulher tentou por duas vezes dar um tapa no rosto dele. Ele ainda afirmou que pressionou o pescoço da vítima contra a grade da quadra para se defender.

A mulher nega ter tentado agredir o militar e disse que está em busca das imagens das câmeras de segurança, mas o condomínio alegou que as câmeras não captaram o momento. Procurado pelo Correio, o condomínio não respondeu até o fechamento da matéria. 

Simone é empresária e, devido aos ferimentos e ao medo, não conseguiu sair para trabalhar desde o ocorrido. Ela relata que o filho, que presenciou o caso, não quer sair de casa por medo de ser agredido. Na sexta-feira (15/12), moradoras do condomínio fizeram um protesto pedindo justiça pelo caso.

Arquivo Pessoal - Moradoras do condomínio fazem protesto pedindo justiça pelo caso

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