Árvores enfeitadas, pisca-piscas, presépios, guirlandas. A poucos dias das festas de fim de ano, as casas e escritórios e, principalmente, os estabelecimentos comerciais estão no total clima natalino. Os moradores do Distrito Federal não perderam tempo e saíram às ruas para garantir a melhor decoração. Lojas especializadas da cidade estão com movimento intenso de consumidores em busca de kits com miniaturas de Papai Noel, iluminação e bolas brilhosas — itens clássicos —, mas também de olho nas novidades que o mercado especializado oferece.
A sensação dos lojistas é de que, neste ano, há mais gente disposta a comprar. O comércio, em geral, espera ter aumento acima de 10% nas vendas em relação ao mesmo período de 2022. Gerente da loja A Casa Brasileira, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Layres dos Santos, 35 anos, tem percebido um movimento maior dos clientes. "Temos árvores de Natal de R$ 10 a até R$ 1 mil. Temos pisca-pisca a partir de R$ 9,99. Temos opções para todo tipo de público. As pessoas gastam, em média, R$ 200 para decorar a casa e as empresas também", explicou.
Mãe e filha, as aposentadas Leonor Rodrigues, 75, e Renata Boaro, 50, estavam em busca de Papai Noel de enfeite e festão dourado. Elas devem celebrar o nascimento de Jesus com outros cerca de 30 familiares, no apartamento de Renata, no Sudoeste. "Renovei a minha casa toda para o Natal", contou a anfitriã. Mas elas confessaram que se assustaram com os preços dos produtos, alguns com quase o dobro do valor em relação ao Natal do ano passado. "A minha árvore, de 1,80m, comprei por R$ 325", exemplificou Renata. "Tudo encareceu, mas acredito que o mais importante é a união entre as pessoas, que é o verdadeiro espírito do Natal", comentou Leonor.
Tudo pelas crianças
Sem as crianças o Natal não teria o mesmo espírito de união e celebração. É o que avaliou a administradora Camila Rocha, 37, que foi às compras ontem para garantir a iluminação e a decoração completa de Natal do apartamento onde mora, na Asa Norte, com o marido e os dois filhos, um casal de 3 e 5 anos. "Deixei as coisas em São José dos Campos (SP), onde eu morava, e precisei comprar uma árvore nova. Estou pagando uma diferença de R$ 200. Mas o que me move muito são as crianças, que são encantadas pelo Natal", apontou a mãe, empolgada.
Por ser católica, Camila acredita em repassar os ensinamentos cristãos aos filhos, não somente a comprar os produtos e colorir o apartamento, gastos que ultrapassaram R$ 500. "Estou levando bolas, pisca-pisca, efeitos decorativos e a estrela, que elas adoram colocar na árvore. Mas trazendo o tema para dentro de casa, posso reforçar os valores que vêm junto com esta época", pontuou.
A relação com os pequenos também é algo especial para a aposentada Angélica Gomes, 76. Ela enche a boca com orgulho ao dizer que virou avó de duas netas, de 3 e 2 anos. "Sou a avó mais feliz do mundo. Tudo é em função delas. Eu mesma mandei revelar fotos delas, recortei e coloquei dentro de bolas transparentes", contou, emocionada.
Para homenagear as netas, Angélica pretende estilizar a casa com decorações na cor rosa, desde as bolas da árvore de Natal à Mamãe Noel de brinquedo. "Tenho tanta coisa no armário da garagem do meu prédio que já doei duas árvores de Natal para a minha filha e para a moça que trabalha comigo. Mas, este ano, eu mesma fiz a guirlanda rosa para pôr uma anjinha no meio", completou a moradora da Asa Sul.
Gerente da loja A Festiva, Bernardo Rodrigues percebeu melhora de 7% no movimento de clientes, o que deve impulsionar em 10% as vendas em relação ao mesmo período do ano passado. O comerciante citou promoções de até 20% de estoque antigo. "Produtos que compramos em 2021, por exemplo, ficaram mais baratos do que venderíamos atualmente. Tentamos deixar um preço competitivo", explicou.
Um dos carros-chefes da loja são as árvores de Natal, feitas por uma decoradora contratada pela empresa. "Tem muita gente que só faz árvores com ela. Então, é um diferencial nosso. Mas tentamos trazer algo de diferente quando vamos para feiras do ramo, como as árvores douradas de metal. Mas o que sai mais são presépios, guirlanda e festão", afirmou Bernardo.
Na avaliação do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, as vendas neste período são impulsionadas pelo pagamento da primeira e segunda parcelas do 13º salário. "As pessoas pagam aqueles débitos atrasados e isso é uma boa expectativa. Do dia 20 ao 24, o movimento é muito grande também porque o brasileiro tem a síndrome da última hora de comprar mais alguma coisa", concluiu.
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