Inflação alta é o maior impeditivo para o poder de compra do consumidor mais pobre, explica o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista DF), Álvaro Silveira Júnior, sobre a queda nas vendas no terceiro trimestre de 2023. Em entrevista a Lucas Mobile e Samanta Sallum, o atual vice-presidente da Fecomércio também comenta sobre a relevância desse setor na economia local e defende a prorrogação do Programa de Incentivo à Regularização Fiscal (Refis 2023). Álvaro foi o convidado, desta segunda-feira (4/11), do programa CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
Segundo o presidente do Sindiatacadista, o setor esperava uma maior movimentação no comércio de fim de ano. “Principalmente pelo fator inflação, que apesar de estar convergindo, ela vem alta e acaba sendo o pior câncer para as pessoas mais pobres. O pior imposto que existe é uma inflação mais alta”, avalia. O DF passa pela maior inflação acumulada dos últimos 12 meses no país, são 5,56% de acordo com o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Nós tivemos o programa do governo Desenrola que foi justamente a quitação de dívidas antigas, principalmente para pessoas de baixa renda. Todos esses programas de refinanciamento exigem uma pequena entrada. Então acabou que neste último trimestre o pouco de liquidez da classe mais baixa foi para os bancos”, pontua. Para Álvaro, apesar de promover aos cidadãos a limpeza de seus nomes e a recuperação do poder de compra a longo prazo, em um primeiro momento, essas políticas enxugam a liquidez na mão dessas pessoas. “Por menor que seja a entrada de uma pessoa que tem pouco recurso, ela representa muito”, conclui.
Ainda sobre financiamento de dívidas, o representante dos atacadistas corroborou a prorrogação do período para aderir ao Programa de Incentivo à Regularização Fiscal (Refis), com data estendida para 28 de dezembro. “Esse será o último Refis. A partir do ano que vem, só poderá se fazer Refis com o governo federal. Nós vamos entrar na reforma tributária, então muda essa sistemática. Esse Refis, então, tem uma importância muito grande, é uma última chance das empresas e das pessoas físicas se regularizarem com os benefícios que um Refis dá”, completa Álvaro.
Assista ao programa completo:
*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida