O lançamento do Observatório do Cidadão, suas funcionalidades e os próximos passos na política foram temas debatidos com a deputada distrital e presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Legislativa, Paula Belmonte (Cidadania) no programa CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília. Aos jornalistas Adriana Bernardes e Arthur de Souza, a distrital comentou, nesta terça-feira (26/12), que o partido está em um momento conturbado, mas que ela está muito tranquila, sua saída é certa e já vinha sendo negociada.
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É possível fazer uma avaliação sobre o Observatório do Cidadão e como as pessoas estão acessando?
Está em pleno funcionamento. Na realidade, o uso começou em novembro. Fizemos o lançamento em dezembro, por conta de agenda. A entrega foi feita e realizada pela nossa comissão. O Observatório do Cidadão é tão importante que o presidente, deputado Wellington Luiz (MDB), fez questão que fizéssemos a entrega institucional na Câmara Legislativa. É uma ferramenta que estamos entregando para a sociedade e imprensa. Na página da CLDF, com poucos cliques, é possível acessar o observatório e o usuário é direcionado a uma plataforma de inteligência artificial, onde tem acesso a todo o orçamento local e como é utilizado. O robozinho compila várias informações em apenas um canal.
Qual balanço a senhora faz das atividades da Câmara Legislativa este ano?
A Câmara Legislativa trabalhou muito. Tivemos a CPI dos atos da manifestação do dia 8 de Janeiro, algo muito triste para a sociedade brasileira. A CPI trará um fortalecimento, pois, cada vez mais, precisamos fortalecer a democracia e a liberdade do cidadão, mesmo sabendo que devemos ter respeito e limites. Sempre fui uma parlamentar que fiz parte da comissão da CPI e sempre tive essa fala. "Queremos chegar nas pessoas que realmente depredaram o patrimônio público. Elas têm que estar na cadeia e serem punidas". O que não podemos aceitar é a penalização de pessoas que estavam simplesmente se manifestando. Acredito que devemos ter um atendimento diferenciado com essas pessoas. Aqueles que depredaram o patrimônio público e trouxeram prejuízos para a nossa sociedade devem pagar pelas atitudes.
Fala-se muito da necessidade de identificação dos patrocinadores do 8 de janeiro. A senhora considera que a CPI evoluiu ou atingiu algum objetivo nesse sentido?
Primeiro, precisamos entender o que é financiador. Existiu um acampamento quando o Lula estava preso que durou 378 dias. No local, tinha banheiro químico e quiosque. Isso é um atendimento para aquelas pessoas que defendiam o que elas acreditavam. Eu não estou questionando isso. O que não podemos aceitar é algo que passe disso, por exemplo, pessoas que, por ventura, financiaram uma bomba. Defendo que todos os manifestantes tenham dignidade, banheiro químico e quiosque para alimentação.
Como a senhora está vivendo este momento no partido? Realmente vai deixar o Cidadania?
O Cidadania está passando por um momento conturbado. Eu mesma estou bem tranquila. Minha saída é certa e já estava sendo negociada havia muito tempo. Para mim, está tudo no caminho planejado. O partido está passando por um momento conturbado desde a Federação. O Cidadania teve uma situação com a Federação, — não só aqui, mas em outros estados —, em que não foi respeitada a vontade do Cidadania. Aqui, por exemplo, nós tínhamos a grande maioria. Recentemente, o partido afastou o próprio presidente Roberto Freire, de uma forma que não ficou a contento das pessoas que são mandatárias. Afastou o vice-presidente Daniel Coelho. Por que o partido está passando por esse momento? Quando ele estava sob direção de Roberto Freire, foi levado para um centro democrático, tanto é que, desde o primeiro turno, o partido apoiou a Simone Tebet.
A senhora tem planos de disputar o Governo do Distrito Federal em 2026?
Está muito cedo para pensar nisso. Ainda tenho três anos para mostrar trabalho para a sociedade. Minha intenção é de exercê-lo com excelência. Eu vejo como um caminho natural para todos os parlamentares terem essa candidatura. Se viabilizar, com certeza serei. É importante lembrar que ninguém é candidato de si mesmo. Estamos unindo forças com outras lideranças para uma política diferenciada e mais humana, além de transparência e fiscalização.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
Veja a entrevista na íntegra
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