O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) arquivou o inquérito policial que investigava o serial killer Lázaro Barbosa e o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, suspeito de ajudar o assassino na fuga que durou 20 dias, no entorno do Distrito Federal.
O inquérito da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) havia concluído que o fazendeiro cometeu crimes de favorecimento pessoal — consiste na ajuda prestada para que o autor do delito não seja alcançado pela autoridade pública — e posse ou porte ilegal de arma de fogo.
O processo chegou a tramitar para o oferecimento de denúncia por parte do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), mas com a morte do fazendeiro, em março do ano passado, a comarca de Cocalzinho de Goiás, no início dessa semana, arquivou o processo.
Como há objetos que foram apreendidos com ambos, enquanto os dois foram presos pela polícia, a Justiça determinou a destruição de todos os itens. O caso foi arquivado.
Relembre o caso
Lázaro Barbosa é o autor do assassinato de quatro pessoas da família Vidal em Ceilândia Norte, no dia 9 de junho de 2021. Desde então, ficou foragido e se escondeu nos distritos de Edilândia e de Girassol, que pertencem a Cocalzinho. Nesse período, invadiu chácaras, fez pessoas reféns e trocou tiros com a polícia.
Na madrugada de 9 de junho, os empresários Cláudio Vidal de Oliveira, 48, Cleonice Marques, 43, e os filhos do casal, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, foram surpreendidos em casa por Lázaro Barbosa. Com arma de fogo e uma faca, ele rendeu a família, matou o pai, os dois filhos e sequestrou Cleonice, que depois foi morta. Pela falta de elementos, até hoje a polícia não sabe dizer se o criminoso agiu ou não sozinho — o inquérito segue aberto na na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O).
Ao longo das investigações, surgiram suposições do que poderia ter motivado o assassinato da família Vidal. Entre elas, o fato de Lázaro Barbosa ter sido contratado como matador de aluguel por fazendeiros ou de pertencer a uma organização criminosa especializada em grilagem de terras. Essas hipóteses, no entanto, não são as principais linhas de investigação da polícia.
Antes de cometer os homicídios, Lázaro violou sexualmente outra mulher. A vítima de 39 anos, estava em casa, no Sol Nascente, com o marido e o filho quando, por volta das 2h, o criminoso invadiu o local. Ele rendeu e prendeu os homens em um quarto e roubou os celulares de todos. Depois, levou a mulher a uma área de mata fechada, onde a estuprou.
Sem se intimidar com a mobilização dos policiais, Lázaro invadiu outra chácara um dia depois do assassinato da família Vidal. A proprietária e o caseiro ficaram reféns do criminoso por cerca de cinco horas. Em fuga para o município de Cocalzinho de Goiás, Lázaro cometeu uma série de crimes sem interrupção: baleou pessoas, inclusive um policial, roubou carro, ateou fogo em casa, trocou tiros com caseiro e etc.
O nome de Emir veio ao holofote quando ele foi preso, em 24 de junho de 2021, após desobedecer uma ordem de parada dada por policiais penais do Distrito Federal que participavam da caçada a Lázaro. O fazendeiro foi perseguido pelos agentes até ser interceptado.
Em 28 de junho, após 20 dias de buscas, Lázaro foi assassinado após trocar tiros com policiais militares de Goiás, na cidade de Águas Lindas de Goiás.
Em 14 de março desse ano, o túmulo de Lázaro foi violado. Inicialmente, existia a suspeita de que a cabeça do cadáver havia sido levada, mas foi rechaçada pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO). Em maio, a polícia concluiu o inquérito e detalhou que duas pessoas cavaram a sepultura do maníaco porque haviam "sonhado" com Lázaro.
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